A 13 de Outubro de 1955, pelas
20,30 horas, falecia na sua casa da freguesia de Santa Eulália, Alexandrina
Maria da Costa, a « Doentinha de Balasar ».
Célere correu a noticia e mais
de 5 000 pessoas, entre as quais uns 40 Sacerdotes, acudiram ao enterro, a
dar-lhe o ultimo adeus. Numerosas folhas da imprensa rela taram o facto.
Entrevada há mais de 30 anos,
e desde 27 de Março de 1942, sem tomar alimento de espécie alguma, em dores
constantes do corpo e torturas indizíveis da alma mas sempre generosamente
resignada, sempre sorridente, a todos acolhendo com bondade impressionante, era
já muito conhecida a Alexandrina, em Portugal e de numerosos estrangeiros.
Não admira, portanto, que o
publico aguarde com ansiedade uma biografia que desvende, quanto possível, o
segredo daquele viver misterioso e por vezes tão discutido.
Tanto avoluma, porém, a
variada documentação que possuímos, que não é fácil, para logo, apresentar obra
que esgote o assunto.
Vamos contudo, tentar, em
breve resumo, fornecer desde já os traços mais vincados dessa fisionomia de
escol, deixando para mais tarde, após estudo sério dos documentos, obra quanto
possível completa.
Evidentemente que, em tudo o
que dissermos, em nada queremos prevenir juízos que só à competente autoridade
da Igreja pertencem. Narramos apenas factos, ou por nós observados, durante os
nove anos que a tratámos de perto, ou atestados par pessoas que nos merecem toda
a consideração, ou, sobretudo, encontrados nos seus numerosos escritos que temos
à mão.
Servir-nos-emos principalmente
das suas notas autobiográficas, redigidas em Outubro de 1940, e das muitas
cartas para o Director espiritual que constituem praticamente um precioso Diário
da Alexandrina : abrangem um período de mais de vinte anos, desde 1933 até à
morte.
|