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Joana de Lestonnac
Religiosa, Fundadora, Santa
(1556-1638)

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FEVEREIRO

A Ordem da Companhia de Maria Nossa Senhora, Instituto Apostólico na Igreja, foi fundada por Santa Joana de Lestonnac. O projeto de fundação, elaborado a partir de 1605, foi aprovado pelo Papa Pio V, em 07 de abril de 1607.

Santa Joana de Lestonnac nasceu em Bordeaux, na França, em 1556, época de muitas guerras político-religiosas. Foi batizada na Igreja Católica, apesar de sua mãe ser calvinista, contrariando assim os costumes da época, em que a menina deveria ser educada na mesma religião da mãe. Recebeu formação e orientação de seu pai, Ricardo de Lestonnac, que era católico. Também influenciou em sua educação o filósofo humanista Miguel de Montaigne, irmão de sua mãe, Joana Eyquem de Montaigne.

Joana de Lestonnac buscava a oração como forma de entender e integrar a luta interior em que vivia: o conflito religioso em seu país e em sua casa. Num desses momentos de oração, ela foi sensível à voz de Deus, que lhe dizia: “Cuida, minha filha, de não deixares apagar a chama que acendi em teu coração e que te leva, com tanto ardor, ao Meu serviço”.

Desejava ser religiosa para fazer na França o que Teresa d’ Ávila fazia na Espanha; porém, aceita o acordo sobre seu casamento, confiando em seu pai como mediador do querer de Deus para com ela, naquele momento. Aos 17 anos, casa-se com o Barão de Montferrant. Durante seus 24 anos de matrimónio, enriquece-se como mulher, nas dimensões de esposa e mãe de 7 filhos, dos quais duas jovens tornam-se religiosas. 

No cumprimento de seus deveres de esposa e mãe, seu coração continuou sendo todo de Deus. Aos 41 anos de idade, fica viúva e perde também o filho mais velho. A partir de então, Joana assume a administração do património da família e dedica-se a completar a educação de seus filhos. Voltam, entretanto, ao seu coração, as inquietações da juventude e o desejo de consagrar-se a Deus. Entra, então, no Cister de Toulouse, mosteiro da Ordem de São Bernardo. O estilo de vida e as austeras penitências prejudicam-lhe a saúde e os médicos exigem que Joana deixe o Cister, no qual vivera durante dez meses como noviça. Joana resiste em aceitar tal determinação mas, em sua última noite no Mosteiro, expondo a Deus toda a sua angústia, vê-se mergulhada em uma experiência de luz em que vislumbra sua futura missão: vê diante de si uma multidão de jovens prestes a cair no inferno, perdendo-se por falta de ajuda, e sente que era ela quem deveria estender-lhes a mão.

Ao deixar o Cister na manhã seguinte, seu coração está em paz. Um projecto novo começa a germinar a partir dessa experiência. No silêncio do Castelo de la Mothe, um lugar retirado, Joana busca a reflexão e o amadurecimento para o que vira em sua última noite no Cister. E surge uma nova Ordem Religiosa, sob a protecção de Maria, dedicada à educação da juventude feminina, que deseja reparar as injúrias lançadas contra a Mãe de Deus, testemunhadas na infância por Joana. Tratava-se de um novo estilo de vida religiosa para aquela época: unia contemplação e acção.

Dois anos mais tarde, Joana vai a Bordeus prestar socorro às vítimas das epidemias, pois sente que deve estar sempre onde alguém necessita de sua ajuda. Encontra nos padres de Bordes e Raymond, jesuítas, o auxílio necessário para concretizar através de um projecto todas as ideias que vinha tendo, tudo o que vinha sentindo. À luz da experiência obtida ao fazer os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, elabora as Constituições da Companhia de Maria. A síntese do novo Instituto é Maria Nossa Senhora, presença inspiradora que convida à interioridade e ao compromisso.

Joana pôde ver a rápida expansão de sua Ordem pois, já em 1638 publica o texto definitivo das Constituições. Morre num dia consagrado a Maria, 2 de Fevereiro de 1640, aos 84 anos de idade.

Após a morte de Santa Joana, a expansão da Ordem fora dos limites da França não se fez esperar: em 1650 chegou a Barcelona, na Espanha, e, no século seguinte, em território americano (México – 1753; Argentina – 1780; Colômbia – 1783). A Revolução Francesa quase extingue a Companhia de Maria na França, mas ela é restaurada no século XIX e entra em nova fase de expansão, atingindo, no século XX, outros países da América (entre eles, o Brasil, em 1936) e, posteriormente, África e Ásia.

A Companhia de Maria é um Instituto Apostólico na Igreja desde sua origem. No entanto, constituiu-se numa Ordem Religiosa com Mosteiros Autónomos e Clausura Papal, atendendo às exigências da Igreja na época de sua fundação. As religiosas exerciam a missão de educadoras, recebendo as alunas dentro dos Mosteiros. O espírito apostólico-missionário mantinha-se, graças a uma frequente e eficaz comunicação entre as casas, conforme o desejo da fundadora.

Em 1921, deu-se a união de uma boa parte das casas e começou a existir um governo geral para estas. A união total só aconteceu em 1956. A partir do Vaticano II, com o Decreto Perfectae Caritatis, a Companhia de Maria foi dispensada da clausura papal, por ter sido concebida, desde a sua origem, como Instituto dedicado às obras externas do apostolado.

No XI Capítulo Geral realizado em Roma, em 1979, a Companhia de Maria revê suas Constituições e, a 15 de maio de 1981, a Igreja aprova essa releitura. Com esse gesto, mais uma vez, a Igreja acolhe o Carisma de Santa Joana de Lestonnac, confirmando sua validade e vitalidade, que lhe permitem expressar-se em novas formas, adaptadas a novos tempos e lugares.

Joana de Lestonnac foi canonizada pelo Papa Pio XII no dia 15 de maio de 1949, data consagrada para a celebração anual de sua festa. Em 1999, a Companhia de Maria celebrou, em profunda acção de graças a Deus, o cinquentenário da canonização de sua Fundadora.

Fonte: https://www.oarcanjo.net/site/index.php/testemunhos/santa-joana-de-lestonnac/

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