Alexandrina Maria da Costa

SENTIMENTOS DA ALMA

FEVEREIRO
1944

Fevereiro

Senti a minha alma desprender-se da terra e subir mais alto, ficando a vivificar o meu corpo, que ficou cá em baixo, como que uma corrente eléctrica que servia de união entre os dois. Este desprendimento custou imenso ao meu corpo cujos olhos fitavam-se em Jesus crucificado para alívios das suas dores. No entanto, à minha alma sentiu-se no regaço da Mãezinha, sustentando comigo o seu divino Filho morto.

Este facto deu luz à minha inteligência, dando-me a conhecer que o que Jesus me prometera a 15 de Agosto de 1943, ter-se-ia realizado não na forma que eu julgava mais natural, isto é, que eu teria ido para sempre para o Céu, mas que iria para voltar.

Esta luz não foi impressão de um momento, mas sim uma nova transformação que se operou em mim e que me obrigou a dizer que certamente não teria morrido, mas que Jesus referia-se com certeza a este novo estado da alma.

Convenci-me de tal forma, que nunca mais pensei dar-se, no dia marcado por Jesus, a morte real.