SITE DOS AMIGOS DA BEATA ALEXANDRINA

     

Alexandrina Maria da Costa

SENTIMENTOS DA ALMA

OUTUBRO 1943

2 de Outubro de 1943 – Primeiro sábado

― Estou a recrear no meu palácio; palácio entesourado com os tesouros divinos. É riquíssimo o teu coração, que belo adorno para mim, minha filha. Gozo em ti, alegro-me em ti, tu és o jardim perfumado, tu és o jardim adornado com todas as flores. E eu gozo por ser Senhor de tudo isto; eu gozo por possuir o aroma de flores tão belas. O mundo não te conhece, minha amada? Conheço-te eu, conhece-te Jesus. És bela, és bela, és rica, rica serás na terra e no Céu. Quem chamar pelo teu nome quando estiveres no Céu, nunca o chamarão em vão. Vais ser poderosa com o Todo-Poderoso. As palavras do teu Esposo Jesus vão cumprir-se, vão cumprir-se à letra, à letra, minha amada. Os teus espinhos transformaram-se em rosas, o teu martírio num paraíso. Tudo, tudo, salvação para os pecadores, consolação para mim. Brilhou o sol, apareceu a luz. Brilha agora a luz dos humildes, triunfam e são exaltados. Minha filhinha, minha filhinha, encanto meu. Diz ao teu Paizinho que o fogo do meu divino Coração se estende sobre ele. A minha morada divina é a morada dele, é a fornalha onde ele há-de habitar sempre, sempre na terra e no Céu. Vou pela humanidade dele dar-lhe o poder de atrair a mim todas as almas, ansiosas por me possuírem e as que andam arredadas do meu divino Coração. Sou eu, Jesus, que falo sempre em seus lábios. Quando ele estender a bênção sobre os filhos meus, sou eu que os abençoo. Dou-lhe todo o poder na terra para ele abrasar os corações e as almas e converter os pecadores. Que espere tudo de mim, assim como Eu dele tudo recebo. Diz, minha filha, diz ao teu médico, que à sombra do manto da minha bendita Mãe e ao calor dos raios do meu divino Coração está o lar dele por Nós abençoado. Será o jardim cultivado por Nós; Eu e Maria seremos os jardineiros. Se ele me for fiel, será o lar mais rico de todo o Portugal. Rico de graças, rico de amor, rico para o Céu. Dou-te tudo o que é meu, meu amor, para tu tudo dares em meu nome aos que te amam, aos que te rodeiam, aos que te amparam e protegem. Dou-te tudo o que é meu para tu tudo dares a toda a humanidade, de quem te nomeio protectora.

— Ó meu Jesus, estou envergonhada. Oh! Como eu me sinto tão pequenina. Eu só merecia o inferno, não sou digna das vossas graças. Distribuí vós as vossas graças. Tomai as minhas mãos, manejai com elas; aceitai todo o meu corpo, seja ele o vosso instrumento; trabalhai, Jesus, não cesseis. As almas perdem-se, o mundo está em perigo.

― Recebe, filhinha, as carícias do teu Jesus, da tua Mãezinha; recebe o nosso poder. És toda nossa, és toda nossa, és filhinha, és esposa do meu Jesus. Recebe dos nossos ósculos conforto para tudo.

Obrigada, obrigada, Mãezinha! Obrigada, obrigada, Jesus!

31 de Outubro de 1943 – Transformação da alma

No dia de Cristo-Rei, senti-me como se morresse o meu corpo e o meu espírito, e acabasse por completo a minha existência no mundo. É indiscritível a dor que isto causou. Mas mais ainda: sentia-me no Purgatório! Que dor, meu Deus, que dor! Há dias que sentia passar por mim umas labaredas julgando eu que era efeito da sede ardente que continuamente sentia, mas enganei-me. Essas labaredas continuaram; não eram as labaredas do fogo da terra. Tinham um brilho encantador. Passavam por mim horas seguidas, atormentando o meu corpo e todos os seus sentidos. Atingiam a maior altura e todo o meu ser ficava embebido nelas. Causavam-me dores indizíveis. Mas, apesar disso, eu sentia necessidade de me mergulhar nelas, para assim me purificar. Como a borboleta louca pela chama, eu estava também louca e queria de braços abertos entrar naquele fogo que atormentava mas não destruía, vivendo só numa ânsia; libertada daqui vou para o meu Jesus. Eu não sabia o significado de todo este sofrimento. Soube sentir e mais nada. Jesus veio explicar-mo.

   

PARA QUALQUER SUGESTÃO OU INFORMAÇÃO