Vilfrido nasceu em Ripon (Northumbria), e desde criança foi educado
no mosteiro de Lindisfarne, de acordo com os usos celtas; foi depois
para outro mosteiro para adoptar a observância romana. Após uma
breve estadia em Canterbury, foi para Lyon, onde o bispo, Delfim,
lhe ofereceu sua sobrinha em casamento, mas ele recusou porque tinha
tomado a decisão de se entregar a Deus. Fez uma peregrinação a Roma,
onde viveu de 653 a 657 e
onde
o papa São Martinho I o abençoou. Ali estudou as Escrituras e o
direito eclesiástico com São Bonifácio. Voltou para Lyon, onde
recebeu a tonsura das mãos Defim. Após a morte deste, escapou ele
mesmo à morte por um estrangeiro, e voltou à pátria.
Quando
voltava para Northumbria entrou em conflito com as igrejas de
costumes celtas, promovidas por São Aidan e pelos monges de
Lindisfarne, incluindo o Bispo de York, Colman. Com a ajuda do rei
Alcfrid fundou a abadia de Ripon, onde introduziu o rito romano e a
Regra de São Bento e se tornou o primeiro abade.
Em 633,
foi ordenado sacerdote. Em 664, foi ordenado bispo de Compiègne e
teve um papel muito importante no Concílio de Whitby, onde o rito
romano foi adoptado pela Inglaterra. O resto de sua vida foi
dedicado a viagens contínuas.
Foi
depois nomeado bispo de York e em seguida expulso da sua sede pelo
arcebispo de Canterbury, mas o Papa Agathon, confirmou-o na sua
sede, depois dele ter apelado a Roma (o primeiro caso na história
inglesa). Durante o ínterim, antes de chegar a Roma, parou em
Friesland onde evangelizou os habitantes. De regresso York, o rei
mandou-o prender mas depois libertou-o na condição de abandonar a
sua sede. Vilfrido partiu então para Sussex, ainda pagão, e para a
ilha de Wight. Nesta região fundou a abadia Sesley.
De 686
a 691 regressou à sua sede, mas foi novamente expulso pelo rei, o
que o obrigou a exilar-se em Mercia, onde prosseguiu o seu labor de
evangelização e fundou vários mosteiros.
Em 703
o sínodo de Austerfield impôs-lhe a renúncia à diocese de York, o
que obrigou Vilfrido a recorrer novamente ao Papa que lhe deu razão,
mas foi de novo exilado durante dois anos até que se chegou a um
compromisso em 705, no sínodo de River Nidd, que lhe entregou a
diocese de Hexham. Ali desenvolveu um trabalho apostólico
considerável, convertendo numerosos pagãos, fundando igrejas e dando
o maior esplendor possível ao culto litúrgico.
Vilfrido aparece como o lutador para a unidade com Roma, contra as
particularidades raciais, de tradição, que apresentavam os monges
escoceses.
Antes
de morrer fez uma última peregrinação a Roma.
Morreu
em Oundle a 12 de Outubro, e o dia 24 de Abril se converteu em dia
festivo, por ser o dia da transladação das suas relíquias.
Afonso
Rocha |