Sem
dúvida, a Beata Alexandrina é, para nós, um grande e seguro modelo
de vida cristã: primeiramente, pelo modo como buscou o Senhor e
esforçou para viver, plenamente e no cotidiano, a Sua Santíssima
Vontade; depois, pelo modo como configurou-se a Jesus, vivendo em si
a Paixão do Senhor, de modo que já não era mais a Alexandrina a
viver, mas Cristo nela (Cf. Gl. 2,20) e, com isso, podemos afirmar,
com toda a certeza, que aquele que “busca” a Alexandrina, no fundo
busca a Jesus Cristo e aquele que a encontra, O encontra, pois Nosso
Senhor escolheu a Beata Alexandrina para fazer dela um canal por
onde as graças iriam passar e, além disso, Nosso Senhor quis
servir-se dela para que, por meio dela, muitas almas fossem a Ele e
o amassem na Santíssima Eucaristia (C. 04/10/34).

A
Beata Alexandrina é a “mestra do amor eucarístico” e, sendo
radicalmente fiel a Jesus, principalmente quanto mais lhe custou,
não só O amou, mas fez e faz com que O amem (C. 01/11/34), por isso
podemos dizer que, quanto mais nos aproximamos e conhecemos a Beata
Alexandrina, mais cresce e se afervora o nosso amor por Jesus
Eucarístico, afinal, é impossível olhar para a vida e os
ensinamentos da Beata sem reconhecer que, de fato, para Deus, nada é
impossível (cf. Lc. 1,37); que Ele sacia de bens os famintos, eleva
os pequenos e faz grandes coisas naqueles que Nele creem (cf. Lc.
1,46-56). Assim como a lua reflete a luz do sol, a Alexandrina
reflete a luz do Sol Eucarístico e estando cheia da presença de
Deus, comunica-a sobre as almas, por meio do seu testemunho, da sua
oração, da sua imolação e, também, por meio do seu sorriso (cf. Jo.
6, 56-57).
É
verdade que, em sua vida, a Beata Alexandrina teve muitos fenômenos
místicos, porém, são as virtudes ensinadas por Jesus que nos
encantam o coração, afinal, seu silêncio, sua humildade, sua
obediência, seu abandono, sua confiança, seu escondimento, sua
alegria e, principalmente, seu amor generoso, tornam-se nosso ideal
de vida que buscamos viver todos os dias. Nisso tudo, é Deus quem
tudo fez (cf. Jo.15,5); Alexandrina apenas correspondeu a esse amor,
abriu-se à graça do Senhor, porém, é Ele quem tudo fez e Sua graça
nunca lhe faltou (cf. 1Cor.3,7).
A
Beata Alexandrina viveu, de fato, o ápice da existência cristã, ou
seja, a conformidade a Cristo Jesus, nosso grande ideal (cf. Fl.
2,5). Não contentando-se em, apenas, fazer coisas para Deus,
escolheu a melhor parte (cf. Lc. 10,38-42), que nunca lhe foi
tirada, permanecendo sempre “aos pés do Senhor”, permanecendo sempre
em sua companhia (cf. Mc. 3,14), de modo concreto nos Sacrários, o
seu lugar predileto. Se, por causa da paralisia, Alexandrina ficou
presa em uma cama, interiormente, fez dessa prisão uma prova
concreta de seu amor para com Jesus Eucarístico, o Divino
prisioneiro que se deixa prender nos Sacrários do mundo inteiro por
amor à nós, assim, um fez companhia para o outro e Alexandrina
compreendeu que, para um coração verdadeiramente apaixonado, não
existem empecilhos ou dificuldades, afinal, o amor tudo suporta,
tudo crê, tudo espera, etc. (cf. 1Cor.13).
Alexandrina é a “mestra do amor eucarístico” e, por isso, só pensa
em Jesus (cf. Mt.6,33) e quer amá-Lo com um amor total e exclusivo,
a ponto de renunciar ao seu próprio “eu”; com isso, cresce o seu
desejo e a firme decisão de tornar-se sempre mais semelhante ao Seu
Jesus, de imolar-se como Ele e de tornar-se vítima para a redenção
do mundo, fazendo tudo, vivendo tudo e suportando tudo para
consolar, amar, louvar e glorificar a Jesus, e Jesus Eucarístico.
Que
o seu exemplo e testemunho, motivem nossa caminhada e que a festa
dos 15 anos da Beatificação (2019) de nossa amada Alexandrina Maria
da Costa nos inspire a imitar suas virtudes para agradar a Deus e
salvar as almas e, com ela, repitamos, hoje e sempre: “com o meu
sangue Vos juro amar-Vos muito, meu Jesus, e seja tal o meu amor que
morra abraçada à cruz!”.
por
Padre André Viana, opc |