MEDITAÇÃO
Uma
das grandes virtudes da Beata Alexandrina Maria da Costa é, sem
dúvidas, a virtude da fé. Certamente, é por isso que ela agradou
tanto a Deus, pois é a fé que nos torna agradáveis a Ele (cf. Hb.
11,6) e, como nos recorda a Palavra, quem se aproxima de Deus deve
acreditar que Ele existe e que recompensa aqueles que O procuram e,
sendo a vida cristã, uma constante busca e um exigente seguimento de
Cristo, é, com certeza a fé, que nos sustenta nesse caminho.
Se
olharmos para a vida da Beata Alexandrina, veremos que não viveu uma
vida fácil, mas uma vida marcada por muitos sofrimentos e
tribulações, porém, a fé, como âncora da vida cristã, sempre a
manteve firme, mesmo que tivesse tantos motivos para desistir; na
ausência de consolos humanos e espirituais e no transbordar de
provas e lutas internas e externas, tinha Deus e Ele a bastava. Com
a Beata aprendemos que a Fé não tira obstáculos e não facilita as
coisas mas fortalece os crentes e os torna capazes de vencer todas
as coisas, afinal, pela Fé, tudo podemos e tudo vencemos (cf.
Fl.4,13).

É
verdade que, aos olhos humanos, a vida da Beata Alexandrina foi uma
derrota e uma angústia sem fim, porém, com os olhos da fé entendemos
que de todas as situações vividas, principalmente das mais difíceis,
a Beata tirou bens espirituais tais como libertações, conversões,
aumento de amor, salvação das almas e, principalmente, a reparação
do Coração Eucarístico de Nosso Senhor, afinal, o próprio Senhor
disse a ela que a dor O desagrava (cf. C. 17/07/41). É a fé que deu
à Beata Alexandrina a certeza de que é na fraqueza que se manifesta
a força de Deus, por isso, como fez o apóstolo Paulo, alegrou-se em
suas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias,
não porque gostava de passar por tudo isso, mas porque nisso provava
a verdade do seu amor para com Deus, afinal, tudo isso suportava e
aceitava “por causa de Cristo” (cf. 2Cor. 12,10), assim, podemos
afirmar que naquela humana fraqueza Deus manifestou toda a sua
força.
A fé
da Beata Alexandrina não era uma fé sentimental ou emocional, mas
era uma fé que armava para o combate e que a fazia crer que Deus era
por ela e estava com ela, ainda que lhe faltasse tudo. Na certeza de
que, se o Pai nos entregou o próprio Jesus, nos daria, também, tudo
aquilo que precisamos; não os nossos gostos, nossos desejos ou
vontades pessoais, mas tudo aquilo que realmente precisamos para a
nossa conversão e salvação e, com o coração cheio de fé exercida,
creu contra toda a esperança humana (cf. Rm. 4,18) que ainda que
tivesse que enfrentar a tribulação, a angústia, a perseguição, a
fome, a nudez, o perigo e até mesmo a espada, e mesmo que fosse
entregue à morte o dia inteiro sentia-se vencedora, na certeza de
que nada poderia separá-la do amor de Deus (cf. Rm. 8,31-39) que
estava ali, com ela, nos momentos de tribulação, de angústia, de
perseguição e em todas as provas, por isso dizia, com confiança:
“tenhamos fé! Nosso Senhor não nos abandona!”
Que
possamos, hoje e sempre, repetir, com a Beata Alexandrina: “Hei de
vencer; é esta a minha confiança, com Jesus tudo venço. Confio
contra tudo. Venha o mundo, venha todo o inferno a dizer-me que não
Lhe pertenço, que eu responderei sempre: sou Dele e só Dele, na
terra e no Céu, eternamente Dele.” (S. 20/09/47)
por padre André Viana, opc |