Valentino Paquay - Ludovico era o seu nome de baptismo - da Ordem
dos Frades Menores, nasceu em Tongeren (Bélgica) a 17 de Novembro de
1828. Quando era jovem, sentiu-se profundamente tocado pela
misericórdia divina, durante um sermão a que assistiu. Surgiu assim
a sua vocação sacerdotal e religiosa. Procurou então seguir o
exemplo dos Santos, tendo sempre diante dos olhos figuras como João
Berchmans e Luís Gonzaga.
Desejava
também ele obedecer de coração à vontade de Deus, ser a vontade de
Deus realizada completamente na medida da graça divina e da
generosidade de um coração jovem. Transcorreu quase toda a sua vida,
como religioso, em Hasselt. Nos seus sermões, o tema principal era o
amor de Deus por todos nós. Mesmo quando falava de assuntos como o
pecado e o inferno, a sua consideração final referia-se
constantemente à misericórdia de Deus, que é sempre maior que o
coração humano. Pregou muitos retiros sobre este tema. A sua vocação
específica era o confessionário. No clima do seu amor, todos se
sentiam livres de confessar os seus pecados.
Permanecia muito tempo durante a noite na igreja a rezar por estes
homens de boa vontade, assumindo sobre si uma parte da penitência
pelos seus pecados. Sentia grande amor pela Sagrada Escritura.
Mostrava de maneira viva a actualidade das palavras de Jesus,
convidando assim os fiéis a um encontro verdadeiro com o próprio
Senhor.
Faleceu
em Hasselt (Bélgica) a 1 de Janeiro de 1905, depois de uma vida
simples, transcorrida na penumbra do confessionário e na sua cela,
que era muito simples: uma cama de madeira, um genuflexório alto,
uma mesinha e uma cadeira. A um irmão que se lamentava porque lhe
tinha sido tirada a sua cadeira, respondeu: “Tenho presente uma boa
cadeira”, e deu-lhe a sua.
Desta
forma, Padre Valentino queria ser o mais pequenino, o menor face a
qualquer outro indivíduo. O seu ideal missionário aproxima-se do
Cura d'Ars e da pequena Teresa de Lisieux. No centro da sua
Província, o pequeno padre, enfermo, frágil, vítima da varíola foi
conforto para o seu povo atormentado de Hasselt, visitando os
doentes, sempre em comunhão espiritual com os seus irmãos de hábito
e com toda a Ordem dos Frades Menores. Dedicou toda a sua vida à
escuta dos corações e das almas, evitando qualquer manifestação de
privilégio, qualquer louvor desmedido, querendo assemelhar-se cada
vez mais a Francisco de Assis, consciente dos limites e debilidades
características de todos os seres humanos.
Homilia
do Santo João Paulo II - 9 de Novembro de 2003:
“O
Padre Valentino Paquay é, sem dúvida, um discípulo de Cristo e um
padre segundo o coração de Deus. Apóstolo da misericórdia, ele
passava longas horas no confessionário, com o dom particular de
conduzir novamente os pecadores ao caminho recto, recordando aos
homens a grandeza do perdão divino. Colocando no centro da sua vida
de sacerdote a celebração do Mistério eucarístico, ele convidava os
fiéis a aproximarem-se com frequência da comunhão do Pão da Vida.
Como
tantos santos, o Padre Valentin colocou todos os jovens sob a
protecção de Nossa Senhora, invocada na igreja da sua infância, em
Tongres, como Causa da nossa Alegria. Seguindo o seu exemplo, faço
votos por que possais servir os vossos irmãos, para lhes dar a
alegria de reencontrar Cristo em verdade!” |