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Capítulo 2

OFRECE-SE COMO VÍTIMA
ARDOROSOS IMPULSOS DE AMOR

Na dor e na solidão do quarto, que se torna o seu cárcere da vida, intensifica-se-lhe o amor a Jesus Eucarístico. Contemplando o sacrário, exclama:

Meu bom Jesus, Vós preso e eu também. Estamos presos os dois: Vós preso para meu bem e eu presa das Vossas mãos. Sois Rei e Senhor de tudo e eu um verme da terra. Deixei-Vos ao abandono, só pensando neste mundo, que é das almas a perdição.

Agora, arrependida de todo o coração, quero o que Vós quiserdes e sofrer com resignação. Não me falteis, bom Jesus, com a Vossa protecção. (A, p. 17)

Começa pois a sentir sempre mais forte o desejo de pensar sé em Jesus: quer amá-lo com um amor total, exclusivo, renunciando ao próprio “eu”.

Sente então crescer o desejo de se tornar sempre mais semelhante ao seu Jesus, de se imolar como Ele, de se tornar vítima para a redenção.

Sem saber como, ofereci-me a Nosso Senhor como vítima; e vinha, desde há muito tempo, a pedir o amor ao sofrimento (que é próprio das almas-vítimas). Nosso Senhor concedeu-me tanto, tanto esta graça que hoje não trocaria a dor por tudo quanto há no mundo. (…)

A consolação de Jesus e a salvação das almas era o que mais me preocupava. (A, pp. 17-18)

Neste período todas as manhãs nas suas orações diz, entre outras coisas:

Ó meu Jesus, eu me uno em espírito, neste momento e desde este momento para sempre, a todas as Santas Missas que de dia e de noite se celebram na Terra. Jesus, imolai-me convosco a cada momento no altar do sacrifício; oferecei-me convosco ao Eterno Pai pelas mesmas intenções porque Vós mesmo Vos ofereceis. (A, p. 19)

Ó meu querido Jesus, eu me uno em espírito, neste momento e desde este momento para sempre, a todas as santas Hóstias da terra, em cada lugar onde habitais sacramentado. Aí quero passar todos os momentos da minha vida, constantemente, de dia e de noite, alegre ou triste, só ou acompanhada, sempre a consolar-Vos, a amar-Vos, a louvar-Vos e a glorificar-Vos.

Ó Meu Jesus, eu queria tantos actos de amor meus, constantemente a cair sobre Vós, de dia e de noite, como a chuva miudinha cai do céu para a terra num dia de inverno.

Não queria só meus, mas de todos os corações de todas as criaturas do mundo inteiro!... Oh, como eu Vos queria amar e ver amado por todos!... Vede, Jesus, os meus desejos, aceitai-mos já, como se eu Vos amasse. Ó Jesus, nem um só sacrário fique no mundo, nem um só lugar onde habiteis sacramentado, sem que hoje, e desde hoje para sempre, em cada momento da minha vida, eu esteja lá sempre a dizer: «Jesus, eu amo-Vos! Jesus, eu sou toda Vossa! Sou a Vossa vítima, a vítima da Eucaristia, a lampadazinha das Vossas prisões de amor, a sentinela dos Vossos sacrários!

Ó Jesus, eu quero ser vítima dos sacerdotes, a vítima dos pecadores, a vítima do Vosso amor, da minha família, da Vossa Santíssima Paixão, das Dores da Mãezinha, do Vosso Coração, da Vossa santa Vontade, a vítima do mundo inteiro!... Vítima da paz, vítima da consagração do mundo à Mãezinha!»

E, como sempre, recorre à querida Mãezinha.

Depois de ter repetido a sua consagração a Ela e a Jesus, diz-Lhes:

Fechai-me para sempre no Seu Divino Coração e dizei-lhe que O ajudais a crucificar-me, para que não fique no meu corpo nem na minha alma nada por crucificar (será ouvida de modo atrozmente total!) (...)

Transformai-me toda em amor, consumi-me toda nas chamas do amor de Jesus. (A, p. 19) 

Este fervor incandescente explode no seguinte cântico de oferta aos sacrários:

Ó meu Jesus, eu quero que cada dor que sentir, cada palpitação do meu coração, cada vez que respirar, cada se­gundo das horas que passar, sejam

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada movimento dos meus pés, das mi­nhas mãos, dos meus lábios, da minha língua, cada vez que abrir os meus olhos ou os fechar, cada lágrima, cada sorriso, cada alegria, cada tristeza, cada atribulação, cada distracção, contrariedades ou desgostos, sejam

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu quero que cada letra das orações que reze, ou oiça rezar, cada palavra que pronuncie ou oiça pronunciar, que leia ou oiça ler, que escreva ou veja escrever, que cante ou oiça cantar, sejam

Actos de amor para com os vossos Sacrários.

Eu quero que cada beijinho que Vos der nas vossas santas imagens ou da vossa e minha querida Mãezinha, nos vossos santos ou santas, sejam

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu quero que cada gotinha de chuva que cai do céu para a terra, toda a água que o mundo encerra, ofe­recida às gotas, todas as areias do mar e tudo o que o mar contém, sejam

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Eu Vos ofereço as folhas das árvores, todos os frutos que elas possam ter, as florzinhas oferecidas pétala por pé­tala, todos os grãozinhos de sementes e cereais que possa haver no mundo, e tudo o que contêm os jardins, campos, prados e montes, ofereço tudo como

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço as penas das avezinhas, o gor­jeio das mesmas, os pêlos e as vozes de todos os animais, como

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço o dia e a noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a lua, o luar, o sol, a escuridão, as estrelas do firmamento, a minha dormir, o meu sonhar, como

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, eu Vos ofereço tudo o que o mundo encerra, todas as grande­zas, riquezas e tesouros do mundo, tudo quanto se passar em mim, tudo quanto tenho costume de oferecer-Vos, tudo quanto se possa imaginar, como

Actos de amor para os vossos Sacrários.

Ó Jesus, aceitai o Céu, a terra, o mar, tudo, tudo quanto neles se encerra, como se esse tudo fosse meu e de tudo pudesse dispor e oferecer-Vos como

Actos de amor para os vossos Sacrários. (A, p. 21)

Eis, do coração da Alexandrina, outras centelhas de amor:

Ó meu Jesus, se eu me distrair ou adormecer e vierem sobre Vós os crimes do mundo, chamai-me com grande aflição e fortes dores para eu ir em vossa defesa, para não deixar abeirar das vossas prisões de amor os pecados do mundo. C (7-1-36)

Eu sentia-me tão viva nos sacrários! O meu coração voava para junto de Jesus! Esvoaçava em cima do tabernáculo e com as asinhas na portinha. C (29-4-39)

Não podem faltar pedidos de auxílio à Mãezinha:

Mãezinha, vinde comigo para os sacrários, para todos os sacrários do mundo, para toda a parte o lugar onde Jesus habita sacramentado. (...) Ó Mãezinha, eu quero andar de sacrário em sacrário a pedir favores a Jesus, como a abelhinha de flor em flor, a chupar-lhe o néctar! (A, p. 20)

Passei horas da noite alerta, numa união contínua com Jesus.

As suas prisões de amor são as minhas prisões, sempre consumida em ânsias de O amar.

Tudo em silêncio, e eu com Ele. S (14-11-44)

A Alexandrina nunca esquece os irmãos.

A minha cabeça, o meu corpo, a minha roupa estavam ensopados em suor (depois duma luta com o demónio). E o meu coração, sem vida e sem poder resistir à dor do pecado, disse a Jesus:

Aceita todas as gotas deste suor como actos de amor para os vossos sacrários. E que cada uma delas sejam prisões que prendam as almas ao vosso divino Coração e as arrastem das garras de Satanás. S (17-1-47).

Ó Jesus, Jesus, meu Amor! (...) Jesus, queimai-me! Consumi-me; fazei-me desaparecer em Vós!

Fazei, fazei, Senhor, que todas as almas se abeirem e vivam do sacrário sempre e só do sacrário! S (11-9-53)

   

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