O SACRÁRIO AMBULANTE
Lemos
no regulamento das “Marias dos Sacrários” que todas elas, estando
doentes e não podendo ir à igreja, podem “gozar do privilégio de
altar portátil”, de maneira que possam “ouvir missa e recebem
a sagrada Comunhão dentro do Santo Sacrifício”.
Este
privilégio parece ter “nascido” desta página do Evangelho de São
Lucas:
«Por aqueles dias, Maria
pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade
da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.»
(Lc. 1:39-40)
Maria,
nossa querida Mãezinha foi aqui não somente Sacrário, mas também
“altar portátil”, visto trazer em seu seio virginal o Filho de Deus
para que sua prima Isabel, grávida de seis meses, pudesse “gozar
do privilégio do altar”, e do seu precioso “conteúdo”.
Eis
porque Maria ao saudar sua parente se apressa de lhe dizer com
humilde alegria:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em
Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva.
De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O
Todo-poderoso fez em mim maravilhas.» (Lc. 1:46-49)
Ao que
Isabel responde, inspirada pelo Espírito de Deus:
«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?»
(Lc. 1:42-43)
Podemos
assim ver que santa Isabel foi a primeira “Maria dos Sacrários”,
porque a primeira a adorar Deus escondido na seio de Maria, sua Mãe,
logo seguida por Zacarias, seu marido que podemos considerar como o
primeiro “João dos Sacrários abandonados”, porque foi o primeiro
homem a adorar o Deus feito homem no seio de Maria, quando, cheio do
Espírito Santo, clama:
«Bendito o Senhor, Deus de Israel, que visitou e redimiu o seu
povo e nos deu um Salvador poderoso na casa de David, seu servo.»
(Lc. 1:68-69)
Obrigado, Senhor, por este momento de meditação e, como Maria,
também digo: “A
minha alma glorifica o Senhor”… “O Todo-poderoso fez em mim
maravilhas”. |