Raimundo Lulo
Religioso franciscano, Mártir, Bem-aventurado
ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma Raimundo Lulo, Leigo franciscano, bem-aventuradofamília abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangeli-zação.

Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros mis-sionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel.

Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes.

Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produ-ção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atri-buídos tratados de magia e alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da Idade Média.

Em 1311, assim resumia ele a sua vida: «Fui casado, tive filhos, fui rico, gostei do mundo e dos prazeres. Depois tudo deixei pela glória de Deus, pelo bem dos meus irmãos, e com vista na propagação da verdadeira fé. Aprendi o árabe e muitas vezes fui à terra dos Sarracenos. Pela minha fé fui flagelado e encarcerado. Durante 45 anos procurei interessar os chefes da Igreja e os príncipes cristãos no bem público. Agora que sou velho e pobre, o meu ideal é sempre o mesmo e tal se manterá até à minha morte».

No fim da sua vida, quando já contava 80 anos, viajou para a Bugia, na África, ali foi encarcerado e, ele que muitas vezes procurado o martírio, os Mouros lapidaram-no e deixaram-no por morto na praça. Recolhido quase exânime, por um navio, expirou quando aportava à ilha de Maiorca, aos 29 de Junho de 1315.

Afonso Rocha

 

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