Nasceu em Linares (Jaén) em 3 de Dezembro de 1874, onde recebeu
o Baptismo uma semana depois e a Confirmação em 5 de Abril de 1875.
Era ainda muito novo quando sentiu a atracção pelo sacerdócio e,
aos dez anos, manifestou o seu desejo de entrar no
Seminário, mas só o conseguiu
depois de terminar o segundo curso de Bacharelato e com a condição de ter, ao
mesmo tempo, estudos civis e eclesiásticos. Em 1893 obteve o Bacharelato, mas
nele ia crescendo, também, a caridade para com os pobres dos arredores da cidade
e pelos numerosos emigrantes que trabalhavam nas minas da região.
Por dificuldades económicas da famíla, aliadas à enfermidade do
pai, transferiu-se para o Seminário de Guadix (Granada), onde lhe foi concedida
uma bolsa de estudos pelo Bispo da Diocese. Ali terminou os seus estudos e em 17
de Abril de 1897, Sábado Santo, foi ordenado sacerdote na capela da Paço
Episcopal.
Ocupou diversos cargos na Diocese, ao mesmo tempo que continuava
os seus estudos, tendo obtido a Licenciatura em Teologia no ano de 1900.
Dedicou-se à pregação e a uma acção social em favor da população local,
promovendo humana e cristãmente várias actividades que a libertassem do
desemprego, fome, analfabetismo e solidão. Foi ajudado pela entidades públicas e
particulares para construir as "Escolas do Sagrado Coração de Jesus", para pagar
aos Professores, dar de comer a alguns alunos, criar cursos nocturnos, oficinas
para os adultos, numa grande tarefa humanitária, educativa e de formação
profissional e cristã. Guadix reconheceu este trabalho, nomeando-o "Filho adoptivo
predilecto" e dando o seu nome a uma rua da cidade.
Perante as dificuldades encontradas, transferiu-se para Madrid, sempre a pensar
nos mais pobres e nas crianças da rua, mas também ali não pôde desenvolver a sua
acção.
Nomeado Cónego da Basílica de Santa Maria de Covadonga, aí
permaneceu durante sete anos. Preocupou-se com o atendimento dos peregrinos,
escreveu livros sobre a vida cristã e a oração para orientar a vida espiritual
dos mesmos e, aí, descobriu uma nova vocação, a que ia dar novo sentido à sua
vida: a importância da função social da educação e que os mestres estivessem
bem preparados profissionalmente e fossem coerentes e responsáveis, solidários e
cooperadores.
Transferiu-se para Jaén, onde foi professor do Seminário e de
Escolas Normais. Aí conheceu a Serva de Deus Maria Josefa Segóvia, que foi sua
principal colaboradora e, depois, primeira Directora-Geral da Instituição
Teresiana, Obra que se desenvolveu e, em 1914, fundou a primeira residência
universitária feminina da Espanha. Era uma instituição laical complexa, com um
núcleo plenamente comprometido na entrega a Jesus Cristo e em missão de
colaboração com outras instituições e que colocou sob o patrocínio de Santa
Teresa de Jesus.
Mestre de oração, pedagogo da vida cristã e das relações entre a
fé e a ciência, Pedro Poveda soube oferecer a sua Instituição para a formação
integral da mulher-estudante, convencido de que os cristãos podiam e deviam dar
à sociedade do seu tempo pontos de vista, valores e compromissos para a
construção de um mundo mais justo e solidário. Nos anos difíceis da perseguição
à Igreja na Espanha, tornou-se um grande defensor da não-violência, dizendo que
"a mansidão, a afabilidade e a doçura são as virtudes que conquistam o mundo".
Apesar disso, foi preso depois de ter celebrado a Santa Missa em 27 de Julho de
1936, declarando aos que o procuravam: "sou sacerdote de Jesus Cristo". Na
manhã seguinte, encontraram o seu cadáver junto da capela de um cemitério, com
sinais de que tinha sido baleado.
Foi beatificado por João Paulo II em Roma, a 10 de Outubro de
1993 e canonizado pelo mesmo Papa em Madrid, no dia 4 de Maio de 2003.
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