Pedro nasceu em
1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos.
Segundo os
escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando
revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli.
Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por
alguns anos.
Depois foi para
Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com
licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro
de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma
cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.
Em 1251, fundou,
com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direcção
de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma
nova Ordem, mais tarde chamada “dos Celestinos”, conseguindo, pessoalmente, a
aprovação do papa Leão IX, em 1273.
Em 1292, morreu o
papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha
chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta
contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava
logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que
ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V.
Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de
Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança,
o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.
Pedro Celestino
exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos
difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII,
seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer
nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja,
Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali
permaneceu até sua morte.
Dez meses depois
de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua
morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou
exactamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo
desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em
1313.
A Ordem dos
Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da
Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa,
sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.
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