PÁGINAS DE POLÉMICA

DUAS CARTAS

Carta do Pároco de Chaves ao Arcebispo

 

Esta carta vem no Cristo Gesù in Alexandrina, pág. 114, nota, donde a traduzimos. O Pároco de Chaves conhecia o Padre Pinho, que estava para lá ir pregar. Ela é significativa da dureza da polémica que envolvia a Alexandrina e o seu director. Deve estar em causa a carta incriminadora do director da Alexandrina, forjada pela professora Ema Gonçalves.

Bem vistas as coisas, ele está a pretender defendê-lo da Alexandrina.

 

Excelência Rev.ma

Beijo respeitosamente o seu anel.

Achando-me em repouso aqui, no santuário do Sameiro, um fulano autoriza-me a dizer-lhe que o caso de Balasar (uma certa Alexandrina) não é senão uma torpe e indecente mistificação que é conveniente extirpar quanto antes. É um caso verdadeiramente monstruoso do qual deve desligar-se e sobretudo afastar o Padre Pinho. Não posso dizer outra coisa.

Servo inútil.

P.e José Francisco Gonçalves Fraga, Pároco de Chaves.
Sameiro, 30/7/1942.

 

Carta do P.e Leopoldino

 

Segundo o Dr. Azevedo, o Padre Leopoldino não foi frontal no seu modo de encarar o caso da Alexandrina: dizia bem com quem dizia bem e dizia mal com quem dizia mal. Depois do seu apoteótico funeral e depois dos artigos de Mons. Mendes do Carmo saídos no Diário do Minho, não voltou a hesitar, passando a ter para com ela uma atitude altamente elogiosa.

Desta carta em rigor nem sabemos quem é o destinatário, mas deve ser o Padre Humberto. Ela data de 1945, de quando este salesiano já dirigia a Alexandrina, embora o signatário pareça ignorá-lo. Se o Padre Mariano Pinho já a não dirigia, como fala ele em director?

 

Balasar, 15/3/1945.

Rev.mo Senhor,

Saudações em Jesus Cristo.

Em resposta à sua carta, venho informá-lo que por ordem superior V. Rev.cia não pode exercer qualquer função sagrada na minha igreja e freguesia sem apresentar documento que prove ter jurisdição nesta Arquidiocese. Manda quem pode… obedece quem deve…

Uma comissão de teólogos, estudando o caso da Alexandrina, nada lhe encontrou de sobrenatural; por isso devem acabar as visitas dos padres e leigos, para fazer silêncio sobre a mesma.

Se a doente sofre, e creio isso, lá tem o seu Director Espiritual (que não sou eu) para a confortar e animar no sacrifício.

Não devemos meter a nossa fouce em seara alheia.

Agradecendo as suas atenções, subscrevo-me seu in corde Jesu

Lepoldino Rodrigues Mateus (pároco).

 

 

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