A invocação ou nome de Nossa Senhora das Mercês é uma a mais entre
as muitas que são dadas à única Virgem Maria, mãe de Jesus Cristo e,
por isso, mãe espiritual de cada cristão e de toda Igreja.
Esta
invocação das Mercês data aproximadamente de 1218, quando os
maometanos dominavam parte da península Ibérica e faziam incursões
às terras, praianas da França e Itália e nos mares assaltavam as
embarcações para, de toda forma que podiam, roubar, matar e levar
para o cativeiro da África, os homens, mulheres e crianças que
encontravam.
Os cristãos capturados eram submetidos a trabalhos forçados e à dura
escravidão (daí as correntes nas mãos dos anjinhos aos pés de Nossa
Senhora das Mercês), da qual podiam livrar-se, renunciando a fé
Católica e abraçando as doutrinas e costumes muçulmanos. Diante de
tamanho sofrimento, muitos terminavam fazendo a vil troca de Cristo
e sua Igreja por Maomé e seus costumes.
A Santíssima Virgem apareceu a São Pedro Nolasco, em 1218,
recomendando-lhe que fundasse uma comunidade religiosa que se
dedicasse a auxiliar a quão cativos eram levados a sítios
longínquos. Esta invocação Mariana nasce na Espanha e se difunde
pelo resto do mundo. Nossa Senhora, compadecida dos seus filhos e
filhas, aparece a três jovens: Pedro, Raimundo e Jaime e os convida
para que fundem uma Ordem encarregada de socorrer os pobres cristãos
e mantê-los na fé e nos costumes. Os três jovens levaram a notícia
ao Bispo focal, este ao Papa, e receberam autorização da Igreja para
fundarem a "Ordem de Nossa Senhora das Mercês".
No dia 10 de Agosto de agosto de 1218, o Bispo de Barcelona
(Espanha), D. Berenguer de Palou, na própria catedral, na presença
do rei Jaime I de Aragão e muita gente, Pedro Nolasco e Companheiros
faziam a Deus solene entrega de suas vidas para dedicarem-se à
Redenção e ajuda dos cristãos na escravidão dos maometanos. A Ordem
nasceu, cresceu e espalhou-se em seguida pelo mundo inteiro, tendo
como carisma o resgate dos cativos. Desse fato surgiu a devoção a
Nossa Senhora das Mercês.
São Pedro Nolasco, inspirado pela Santíssima Virgem, funda uma ordem
dedicada à mercê (que significa obras de misericórdia). Sua missão
era a misericórdia para com os cristãos cativos em mãos dos
muçulmanos. Muitos dos membros da ordem trocavam suas vidas pela de
presos e escravos. Foi apoiado pelo rei Jaime o Conquistador e
aconselhado por São Raimundo do Peñafort.
São Pedro Nolasco e seus frades muito devotos da Virgem Maria,
tomaram como padroeira e guia. Sua espiritualidade é fundamentada no
Jesus o libertador da humanidade e na Santíssima Virgem, a Mãe
libertadora e ideal da pessoa livre. Os mercedários queriam ser
cavaleiros da Virgem Maria ao serviço de sua obra redentora. Por
isso a honram como Mãe da Mercê.
Em 1272, depois da morte do fundador, os frades tomam oficialmente o
nome da Ordem de Santa Maria das Mercês, da redenção dos cativos,
mas são mais conhecidos como mercedários. O Padre António Quexal em
1406, sendo general das Mercês, diz: "Maria é fundamento e cabeça de
nossa ordem".
Esta comunidade religiosa se dedicou por séculos a ajudar aos
prisioneiros e teve mártires e Santos. Seus religiosos resgataram
muitíssimos cativos que estavam detidos em mãos dos ferozes
sarracenos.
O Padre Gaver, em 1400, relata como A Virgem chama são Pedro Nolasco
e lhe revela seu desejo de ser libertadora através de uma ordem
dedicada à liberação.
Pedro Nolasco pede ajuda a Deus e, em sinal da misericórdia divina,
responde-lhe A Virgem Maria lhe dizendo que funde uma ordem
libertadora.
Desde ano 1259 os padres Mercedários começam a difundir a devoção a
Nossa Senhora das Mercês (ou das Mercedes) a qual se estende pelo
mundo.
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