"O teu sofrimento
é um mistério de prodígios"

 

Capítulo 17

A VÍTIMA NO HOLOCAUSTO

1939-1942

Facto notável na vida da Alexandrina é — como já insinuámos antes — a profusão de páginas ditadas por ela (algumas escritas pela própria mão), não obstante a sua reduzidíssima instrução e sobretudo os seus sofrimentos atrozes quase ininterruptos. Dir-se-ia que, quanto mais crescem esses sofrimentos misteriosos, mais imperiosa se mostra a necessidade de escrever. Oiçamo-la:

Parece-me que o escrever é um dever ao qual não posso faltar — diz a 27.8.39 — E sinto tanta necessidade de o fazer. Mas é para maior desconsolação. Onde poderei eu na Terra encontrar alívio?

É por Jesus; só com Ele vencerei.

A 7.11.40, encontramos esta afirmação:

Jesus põe-me na alma a grande necessidade de desabafar. Sinto como se Ele me abrisse a alma, para eu melhor poder mostrar quanto ela sofre por Jesus.

Mais que um desabafo, era uma exigência que Deus lhe impunha, para se desempenhar da missão que lhe confiava: vítima e mestra de vítimas.

É incontestável que vivemos na era por excelência da Reparação e das vítimas. Não somos nós que o afirmámos: vozes de maior autoridade o atestaram. Fale por todos Pio XI, na encíclica Miserentissimus Redemptor:

Quanto pois seja urgente, especialmente em nosso século, a necessidade da expiação ou reparação, não pode ignorar quem quer que com os olhos ou com a mente considere este mundo todo submetido ao maligno (1 Jo 5,19)... A palavra do Apóstolo: onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rom 5,20) pode aplicar-se em certo modo, à nossa época. Enquanto sobe sem cessar a malícia dos homens, o sopro do Espírito Santo multiplica maravilhosamente o número dos fiéis de um e outro sexo que generosamente procuram reparar tantas injúrias feitas ao Divino Coração e até não hesitam em se oferecer a si mesmas a Crista como vítimas.

Mas — como reflectia São Pio X (AAS, 28 - IV e 2 - V - 1910):

É árdua a vocação da vítima, porque o lugar da vítima é no Calvário com Jesus e não nas doçuras do amor... As almas consoladoras, as almas reparadoras são vítimas com a grande Vítima do Calvário.

Torna-se portanto uma necessidade urgente haver quem ensine bem com doutrina e mais que tudo, com o exemplo o que é o viver da vítima.

Aí temos — a nosso ver — um modelo de primeira grandeza: a Alexandrina.

Minha louquinha, minha louquinha, tem coragem! — ouvia ela, no êxtase da Paixão de 20.10.39 — É tão grande o número de almas que me salvas! Se não fosse por me salvares número tão grande de almas, já te tinha no Céu. E salva-las, porque és a maior vítima que tenho na Terra, a de maior generosidade, a de maior sofrimento, a de maior amor.

A seguir acrescenta ela estas palavras bem características:

Fico humilhadíssima com o que me diz Nosso Senhor; faz-me sofrer: aterra-me. Se isto fosse para dizer em público, de melhor vontade, em vez de dizer isto, confessaria todos os meus defeitos, para que todos soubessem como tenho sido má e ingrata para com o meu Jesus.

A 1.11.39, repetia-lhe o Senhor:

O teu sofrimento é um mistério de prodígios, é uma nova invenção minha. Se não fosse esse sofrimento, muitos pecadores que se salvam, não se poderiam salvar. Sofre com confiança, que dentro em pouco serás contada no Céu entre os meus Santos.

E a Alexandrina compreendia bem ao vivo esta sua missão de vítima.

Que felicidade a minha — diz a 3.12.39 — ter a dita de Vós me escolherdes para a dor! Como sou feliz, mesmo sem sentir que o sou, quando em alguns momentos encontro umas migalhinhas para oferecer ao Senhor de tudo; ao Rei do Céu e da Terra. A minha miséria é extrema, como raras vezes encontro. O meu Jesus, se Vós permitísseis que a cada momento eu pudesse rasgar o peito, arrancar fora o meu coração ardendo em chamas vivas, colocá-lo em vossas divinas mãos e dizer-vos: — aqui tendes; é vosso. É a prova do meu amor! Dai-me sofrimentos, por mais violentos que sejam, mas, que com eles eu possa provar que vos amo. Peço-vos dor e amor: são os laços que a Vós me prendem.

Jesus ouve a sua prece e quantas vezes lhe repete, como a 25.3.40:

Olha, meu amor, aceitas ficar na dor até à morte? Tu sempre na dor, para teres o teu Jesus sempre alegre e consolado?

— Sim, meu Jesus, nada vos posso negar. Aceito tudo, na condição de me dardes graça, amor e força para tudo poder sofrer.

— Ó meu encanto — retorquia Jesus — viverás sempre na dor, mas nunca te faltará para te dar conforto o teu Jesus...

Fixemo-nos então, mais demoradamente a escutar, saborear e assimilar as lições que, nesta cátedra de dor e amor, nos dá a Alexandrina.

Reputamos esta parte a principal da sua biografia; mas, para não alongarmos indefinidamente os limites deste volume, vamos cingir-nos principalmente aos seus escritos de 1939 a 1940. Já dissemos que as suas mais belas cartas são as que se seguiram à sua crucifixão até à morte.

Veremos que a vítima é posta no altar do sacrifício: em lugar dos pecadores e em lugar de Cristo.

Em lugar dos pecadores, portanto, é fiadora, tem que pagar por eles. Por isso, pairam sobre ela os pecados do mundo; experimenta dolorosamente, misteriosamente em si as más disposições dos pecadores, como se fossem suas próprias. Em consequência, sente-se, como eles, abominável aos seus olhos e aos olhos de Deus. Cai sobre ela em tremenda expiação a ira de Deus que a aterra, esmaga, aniquila, a reduz a estado de morte e a faz sentir as dores do inferno. E junta-se a isto, para mais a imolar, a tortura amarga das dúvidas.

Mas está no altar do sacrifício também em lugar de Cristo: e assim ininterruptamente unida a Ele, aos sofrimentos da sua Paixão e à Vítima do Altar, padecendo os sofrimentos de

Cristo. Por isso, com Ele medianeira, com Ele redentora e mãe dos pecadores. Por isso apaixonada pelos pecadores. Com Cristo, enfim, pára-raios da Justiça divina.

Não podemos provar tudo isto num só capítulo, mas comecemos, seguindo sempre os seus escritos.

Fiadora em lugar dos pecadores

— Oiçamo-la a 1.3.39:

Noite tenebrosa e triste!... Ai, como custa, no meio de tão medonha tempestade, sentir a repugnância que Nosso Senhor tem de mim! Não me pode ver nem de longe! E ao cair sobre mim o peso, a aflição que me faz rolar sobre a cama, o cutelo a cortar-me o fio da vida, gritava-me Nosso Senhor tão irritado:

— Vingança, vingança cai sobre a vítima! Ofereceste-te, és fiadora, tens que responder!

Que aflição! Parece que o meu coração e a minha alma choram de medo e dor. Eu queria-me esgaçar toda e não parar a correr o mundo em desespero. Mas disse:

Ó meu Jesus, sou vossa. Imolai a vossa vítima; tem que ser imolada; mas não corteis o fio da vida a nenhuma alma em inimizade convosco. São as ofertas da pobre Alexandrina que não tem que dar a Jesus.

Na manhã de 31 do mesmo mês, sexta-feira, escutava depois da Comunhão:

— Vingança! Vingança! Quem deve não paga; paga tu que és a fiadora. Ou pagar ou morrer.

No êxtase da Paixão desse dia, os golpes da flagelação subiram a 4.519 e os golpes sobre a cabeça coroada de espinhos, a 1.858.

E a 21.4.39, em igual dia de sexta-feira:

Jesus dizia-me no fim da Comunhão:

— Paga-me; atende bem: ou me pagas ou virei acordar o mundo da noite da morte em que vive: é por causa do pecado.

Paga-me: és abanadora, fiaste o mundo. Se me não pagas, virei sobre ele com toda a justiça, para o punir eternamente.

Durante a Paixão de 23.6.39, mandou-lhe Jesus:

Oferece-te ao Eterno Pai, pede-lhe pela tua crucifixão que salve o mundo. Seja esta a tua oração, que também foi a minha... A tua Paixão é uma fonte aberta para os pecadores, onde eles se lavam e purificam para virem a Mim.

Depois da Comunhão de 27.5.39, ouve ela:

— Olha como estás suja. Olha como te apresentas para receber a Majestade divina! Repara: tu és a vítima de tudo isto; é por isso que te falo assim. É este o teu viver; não terás outro cá na Terra!

Era tão forte, tão forte o peso que me esmagava!

E a 21.8.39, são mais graves as palavras de Jesus:

— Miserável, desgraçada! Paga-me a dívida mais penosa e de maior valor. É a dívida dos Sacerdotes: a dívida mais cara. Ofereceste-te a Mim por eles como vítima: paga-me. Eles calcam aos pés a minha Carne, o meu divino Sangue (referência clara aos sacrilégios na Missa).

Paga-me, miserável, paga-me, desgraçada!

Ai, meu Padre: figurava-se que o corpo de Nosso Senhor estava todo em pedacinhos e andava a ser esmigalhado aos pés. Que aflição! E sobre mim caiu também o peso esmagador e Nosso Senhor dizia-me:

— É o peso da Justiça divina; é o peso que os devia esmagar a eles!

— Ó meu Jesus, eu quero que sobre mim venha toda a vingança, toda a Justiça divina; mas quero que eles se salvem e se voltem deveras para Vós e se encham todos do vosso divino amor, para que possam incendiar as almas numa só chama de amor por Vós.

Ainda a 6.11.39, lhe brada Cristo:

A justiça de Deus tem que punir; tem que ser satisfeita. Ou sofre o pecador ou sofre o inocente!

Mas vejamos a vítima no exercício da sua missão. Um dos sofrimentos mais ordinários das vítimas autênticas é sentirem-se:

Sob o peso dos pecados do mundo

Fale a Alexandrina, a 9.10.39:

Não posso viver neste mundo. Que aborrecimento! Parece que até tremo. Sinto em mim como se vivesse nele desde o princípio; já estou cansada de tanto viver. Adormeci no abismo mais medonho, para nunca mais acordar. Fui morrer atulhada nas coisas mais imundas. Que montão de imundícies! Causo nojo a todos quantos me vêem.

Ai, ai, a minha alma está cega, não conhece a luz! Estou ao abandono; navego sozinha. Apenas o meu coração sente uns raiozinhos que o queimam.

Hoje, quando recebi Jesus, no meio da tempestade, das dúvidas, do abandono, Ele ardia e eu dizia:

Ó meu Jesus, quero arder tanto, tanto; quero-Vos queimar nas chamas do meu amor e queimar-me nas chamas do vosso.

Mas a minha miséria, o meu nada, o aniquilamento em que estava, fazia que eu nada tivesse. Mas eu dizia:

Jesus, já que nada sou, ofereço-vos o meu nada. Por vosso amor, eu quero ser como as ervas rasteiras, que não fazem caso delas, deixam-nas ao abandono, são até calcadas. Tudo, tudo quero sofrer, para que vos consoleis e para que as almas se salvem.

E agora esta bela página de 19.10.39:

Parece-me que sou calcada com as patas de um bicho tão feroz! É tão aterrador! Tem o tamanho do mundo inteiro. Cai sobre mim: tenta devorar-me. Sou uma arestinha, em comparação dele.

Tanta raiva, tanta fúria sobre uma coisa tão pequena! Eu parece-me que é impossível poder viver, poder resistir a tanto sofrimento. Que horas, que dias tão assustadores me esperam!

Já falta pouquinho tempo para estar no dia da minha crucifixão.

Meu Deus, e eu tenho tanto medo! Receio que Nosso Senhor ou a querida Mãezinha digam às pessoas santas que tudo é feito por mim; que nada há em mim que não seja imposturice.

Não sei como pode ser: estou nesta tribulação e a saber que não quero enganar, que não quero ser impostora, que quero que todos me conheçam (no que na realidade é).

A alguma hora da tarde quase me escapava dos lábios o pedir a meu Jesus que me aliviasse um pouquinho, que não podia mais. Mas num momento lembrei-me que era vítima, que não devia pedir alívio: tomei coragem, fui resistindo. Parece-me que não consolei nada com isto o meu Jesus. Sinto o desprezo de Nosso Senhor; parece que Ele me não conhece.

Ai, meu Padre, ai, quanto eu sofro, no fim de comungar, com esta indiferença de Nosso Senhor e com a morte total que Ele me faz sentir!

Morro para o mundo, morro para Deus. Para o mundo quero eu morrer, mas quero viver para Vós, meu Jesus, para vos consolar e amar, para desagravar o vosso divino Coração e o da querida Mãezinha. Deixai, meu Jesus, deixai, querida Mãezinha, arrancar dos vossos divinos Corações, com toda a doçura e amor, os espinhos que vos ferem. Quero o meu coração sempre cercado com eles, a agonizar de dor e a derramar sangue até à última gota: sofrer eu tudo, Jesus e Maria, nada. Quero ser vítima de amor!

A 11.4.40:

Esta manhã, depois de possuir a Jesus no meu coração, estava fria e morta. Queria dizer-lhe tantas coisas, queria amá-Lo pelos que O não amam, amá-Lo com todo o amor do Céu e da Terra; queria dar-me inteiramente a Ele, para que Ele me possuísse para sempre. Mas a morte reinava; sombras assustadoras me cobriam, de nada valiam os meus desejos, tudo era perdido e inútil. Rolei pela cama, ao mesmo tempo que Jesus me ralhava, dizendo:

— Desgraçada, desgraçada! O teu sono é mortal; vão acordar-te os horrores do inferno. Ai de ti, se não te convertes! Espera-te o inferno ladeados de demónios, de fogo, de almas ardendo, ardendo eternamente! Converte-te; vem a Mim; vem ao meu divino Coração que está aberto para receber-te.

Estas últimas palavras de Jesus, este convite para o seu divino Coração, não era a ralhar-me: era uma voz doce e tristíssima. A dor que Ele sentia no seu divino Coração ainda agora a sinto no meu. É agonizante, é esmagadora, reduz-me ao nada... Mas de novo, já mais irado, voltou Jesus a dizer-me:

— Converte-te; cai sobre ti a Justiça divina para punir teus crimes!

E agora, 20.6.40, a sentir-se

Um mundo de abominação:

A minha vida apaga-se num momento: só o pecado aparece. O mundo cobre-me com todas as misérias e eu caminho sobre ele no meio da tristeza e da escuridão. Sinto-me como uma louquinha de braços abertos, na valeta da estrada, a pedir auxílio. Não há quem me acuda: para mim não há compaixão. Parece-me que não tenho perdão para os meus pecados, e Jesus me odeia. Está longe de mim, de costas voltadas: nem de longe lança para mim os seus divinos olhos. A sua vista divina não pode vir ao encontro das minhas enormes misérias.

Oh, que monstro, oh, que mundo de abominação eu sou! As mãos de Jesus são a prensa onde eu estou a ser exprimida; é Ele mesmo quem me espreme o meu corpo, transformando-o numa bola com a qual se entretém. Jesus joga, brinca, enquanto eu gemo e choro. Gemo, porque sou fraca; choro, porque não sei amar. Nem consolo o meu Jesus tanto quanto a minha alma deseja e o meu pobre coração anseia.

Jesus ontem e hoje, deixou-me no mais rigoroso abandono. Nem, ao baixar a mim, Se deu a conhecer. Mas eu hoje parecia uma louca, cega de dor e quase sem vida. Mas fui dizendo:

— Mãezinha, dai graças a Jesus por mim. Amai-o com todo o amor com que O amais e sois por Ele amada e dizei-Lhe que esse amor é meu, porque é assim que eu O quero amar. Amai-o com todo o amor do Céu e da Terra e dizei-Lhe:

Este amor é da mais pobre das vossas filhas, Jesus, mas quer consolar-vos, quer viver só uma vida de amor!

E então certamente Jesus comoveu-se com as minhas palavras ditas pela Mãezinha e fez passar pela minha alma um pouquinho de suavidade. Mas passou tão rapidamente, como um raio que entra pela janela, para sair pela porta.

E eis-me de novo a lutar com a dor e com a morte e com os medos da crucifixão que me espera.

As alegrias do mundo causam-me dor, aborrecimento e tristeza: não posso ouvir nada que cause alegria.

Dias antes, a 18, tinha escrito:

A minha vida é uma vida morta. A única coisa que me resta é o pecado; esse sim: esse cobre-me vergonhosamente. Tenho nojo de me ver.

Todos se escandalizaram em mim e foi por isso que me abandonaram. É o que sente a minha pobre alma. Jesus nem lá do alto dos Céus pode baixar os olhos sobre mim. A minha alma sente que Ele se retira. Por Ele não pode ser vista assim suja e imunda como está.

Mas também sente que Jesus chora a perda de todas as almas que dentro da minha estão. Só tenha uma alma e sinto milhões de almas e devo responder por todas e todas devo consagrar a Jesus.

Meu Deus, que horror! Eu não sou nada diante de Nosso Senhor e como lhe posso responder por tanta coisa?! Tremo de confusão e de medo e só posso dizer a Jesus:

Se quereis tirar deste nada alguma coisa, fazei-o Vós. Não vos envergonheis de mim nem de nenhuma alma. Eu estou suja, mas quero lavar-me. E estou coberta de todos os pecados, mas cometi-os sem saber; não tenho conhecimento deles, mas humildemente vos peço perdão. Perdoai-me, perdoai ao mundo.

E não resistimos a copiar aqui o resto desta carta sublime:

Ai, que indiferença há entre mim e Jesus! Não nos encontramos e parece que nem nos conhecemos. Nem ao recebê-Lo eu sinto o mais pequenino alívio. Se ontem O não conhecia, hoje ainda O não conheço. Se ontem não lhe tinha amor, hoje ainda O não amo. Não tenho peito nem coração para O receber, mas tenho sede de amor, ânsias de ver o mundo numa só chama. Queria ter sangue, para ter a Terra toda ensopada nele, mas sangue que pudesse apagar toda a qualidade de crimes, para Jesus não os ver; para que o seu divino Coração não sentisse a dor causada pelo pecado, mas sim os ardores de todos que O amam.

É por isso que eu quero sofrer, para que na Terra só possa existir amor. É por isso que eu quero dar a vida por Jesus e pelas almas que o pecado tenta matar.

A minha natureza tem horror ao sofrimento, mas o coração, a transbordar com ânsias da glória e do amor de Jesus, voa num voo rápido e louco a enredar-se nos sofrimentos.

Que loucura pela dor, para que só Jesus tenha amor e para que o mundo se incendeie nas chamas do amor divino e para que todos os corações se purifiquem e inflamem dentro do mesmo divino Coração!

Quero amar, quero sofrer, quero reparar.