Miguel
Agostinho Pró Juarez nasceu em 1891 em Guadalupe, no México, numa
família abastada e profundamente cristã.
O
pequeno “Miguelito”, como era chamado, mostrou ser um rapaz muito
alegre e brincalhão. Crescido, ele abandonou durante algum tempo a
prática religiosa, mas voltou a ela, movido pela entrada da sua irmã
num convento … foi o ponto de partida da sua vocação.
Aos 20
anos, juntou-se aos jesuítas e fez os seus primeiros votos a 15 de
Agosto de 1913. Atormentados pelo governo mexicano anticlerical, os
jesuítas em formação exilam-se para os Estados Unidos. Miguel irá
também para Espanha, Nicarágua, e Bélgica, onde completará a sua
formação na casa dos jesuítas franceses, também exilado pelo seu
governo. Apesar da sua débil saúde e contínuas dores no estômago, o
jovem jesuíta se distinguiu pela sua alegria constante e expansiva.
Foi ordenado sacerdote com 34 anos na cidade de Amiens (França), em
Agosto de 1925. Ele que era duma família rica, podendo até suceder a
seu pai, preferiu os pobres, em particular, os mineiros belgas e
franceses, interessando-se pela pastoral do trabalho e a JOC
(Juventude Operária Católica).
Apesar
da escalada das perseguições no México com a chegada ao poder do
General Calles, os superiores jesuítas pensam que o ar do país
poderia ser benéfico à saúde do Padre Miguel. Ele regressou ao país
natal em 1926, poucos dias depois de um decreto proibir a presença
de sacerdotes. Na Cidade do México, durante mais de um ano, ele
exerceu o seu ministério clandestinamente. As igrejas estavam
fechadas e o culto público proibido. Mas o Padre Miguel Pró tinha a
arte de agir sem ser apanhado. Faz-se chamar “Cocol” (nome de um pão
doce que ele gostava na sua infância), usava todo o tipo de
disfarces, como vestir-se de agente da polícia para visitar as
prisões. Um dia, quando a casa onde ele se escondia foi cercada, ele
fingiu ser inspector de polícia, queixando-se a outro agente de não
se empenhar o suficiente para apanhar “aquele maldito Pró”,
prometendo intensificar a investigação. Outra vez, apertado pela
presença policial, ele agarrou a mão de uma jovem mulher pedindo:
“Ajuda-me, sou um padre”, e assim, o pseudocasal passou despercebido
frente às forças da lei.
Nesta
vida de proscrito, a Eucaristia era a força que animava o Padre Pró,
e para alimentar o seu rebanho, ele organizava “estações
eucarísticas”: missas celebradas todos os dias numa casa diferente;
arriscava-se ainda mais em ser preso, adicionando ao seu ministério
espiritual secreto, o serviço caritativo aos pobres.
Mas um
dia, ele foi apanhado, erradamente suspeito de conspirar com o seu
irmão, também sacerdote, de um ataque contra o ex-presidente, o
General Obregon. Todos sabem da sua inocência, mas o Padre Miguel
Pró foi sumariamente condenado… o General Calles não tolera a
actividade deste sacerdote tão esperto.
A 23 de
Novembro de 1927, Pró foi levado ao lugar de execução.
Lá,
depois de rezar e recusar ser vendado, ele levantou a voz, poderosa,
perdoando a todos e clamando a Deus a sua inocência. Em seguida, ele
abre os braços em cruz, segurando um crucifixo numa mão e um rosário
na outra, e antes de ser fuzilado, ele gritou: “Viva Cristo Rei!”
Para o
seu funeral, qualquer manifestação pública era proibida, mas mais de
20 mil pessoas seguiram o cortejo às janelas ou em silêncio nas
ruas. Entre os sacerdotes mártires deste período, o Padre Miguel Pró
é o mais conhecido.
Ele foi
beatificado pelo Papa S. João Paulo II a 25 de Agosto de 1988
FONTE:
http://filhosespirituaisdepepio.blogspot.pt/2013/05/miguel-agostinho-pro-juarez-nasce-em.html |