Marta
(Amada Adélia) Le Bouteiller nasceu
no bairro La Henrière da cidade de Saint-Lô (França),
de uma
família que possuía pequenos prédios e se
dedicava à arte de tecer. Os pais confiaram a sua educação
às
Religiosas
de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
Tocou por sorte à menina ter por preceptora uma santa
religiosa, que usava repetir esta jaculatória: “Da
negligência das tuas inspirações, livra-nos,
Senhor”.
Marta
Amada,
aos 25 anos, resolveu abraçar a vida consagrada.
João
Paulo II,
na homilia de beatificação, a 4 de Novembro de 1990,
assim retrata a fisionomia espiritual da religiosa: “Desejosa
de se doar totalmente ao
Senhor
e
aos outros, ela entrou na Congregação fundada por
Santa
Maria Madalena Postel
e,
ao longo das suas ocupações quotidianas na cozinha, na
quinta, nos campos e na despensa, teve uma vida de união
com Deus,
realizando ‘de
maneira grande as coisas
pequenas’,
seguindo uma máxima querida à Fundadora: ‘Façamos
o maior bem possível, ocultando-donos o mais possível’.
A
Irmã
Marta
soube
encontrar na sua vida oculta com Cristo,
a alma do seu apostolado de bondade: “Quem
está em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem
Mim nada podíeis fazer’
(Jo
15, 5).
Muito unida à Santa
Fundadora
e
à
Beata
Plácida Viel,
a ‘boa’
irmã
Marta
viveu
as suas humildes tarefas, com uma qualidade de amor que suscita
admiração. Possa esta nova beata atrair as novas
gerações de hoje de amanhã a descobrirem a
alegria do dom de si ao
Senhor,
na consagração religiosa! Possa ajudá-las a
compreender a primazia da vida espiritual, a fim de participarem na
edificação da Igreja e de realizarem uma acção
fecunda ao serviço dos homens! Os nossos contemporâneos
têm necessidade de que o seu caminho seja cruzado por rostos
que manifestem a felicidade autêntica, levando à
intimidade com
Deus.
A
Irmã
Marta,
a
Irmã
da Misericórdia,
de facto, soube irradiar ao redor de si o amor de
Deus.
A
extrema simplicidade da sua existência não impediu que
as suas irmãs reconhecessem nela uma verdadeira autoridade
espiritual
Ela
deu
fruto para glória do Pai: “Dando
vós muito fruto, Meu Pai é glorificado; e assim sereis
meus discípulos
(Jo
15, 8)”.
Até
à sua morte que ocorreu a 18 de Março de 1883, a sua
vida simples se escreve de humildade, de obscuridade e de dom total
aos outros, pondo assim em prática uma das máximas de
Santa Maria Madalena Postel: “Nadas façais por medo,
fazei tudo por amor”. |