Este convite aconteceu a 13 de
Setembro de 1934, como ela o relata na carta de 14 de Setembro de
1934 ao seu Director espiritual:
«Convidou-me para os sacrários abandonados para me
entristecer com Ele e para reparar tanto abandono. Deixam-no sozinho
e vivem como se Ele não existisse.»
Estas notícias que a
Alexandrina envia ao seu Director espiritual parecem despertar nele
não só uma curiosidade natural, mas também uma certa admiração e
confusão, o que é perfeitamente compreensível quando se trata de
voos tão altos de vida espiritual intensa e sobrenatural, eis porque
a 28 de Setembro de 1934 ele lhe pede, ou melhor exige dela uma
maior frequência na sua correspondência:
«Quero e (se me dá licença) mando que me escreva
muitas vezes: ao menos, ao menos de oito em oito dias; e se não
tanto, vá lá, de 15 em 15, ouviu?»
Aquela palavra “ouviu” é
sintomática do seu interesse crescente pela vida espiritual da sua
dirigida que talvez mais do que outras — o Padre Mariano Pinho tinha
muitas outras almas que a ele se confiavam — precisava de um cuidado
de todos os instantes. E ela vai obedecer, como sempre o fará
durante toda a sua vida.
Na mesma carta, acima citada, a
Alexandrina diz mais: uma confidência que deve ter feito estremecer
o bom sacerdote. Vamos lê-la:
«Até os próprios sacerdotes, a quem Ele deu o poder
de transformar o pão no seu divino corpo, até eles o esqueciam e o
ofendiam. Disse-me, também, que cada vez que me oferecia aos
sacrários, me eram aumentados muitos graus de glória no Céu; que
quando eu lhe pedia o aumento do seu divino amor, me era embelezada,
de dia para dia, a minha coroa no Céu e que Ele mesmo ma preparava.»
É certamente verdade que poucos
eram ou são os sacerdotes que se esquecem desta divina presença de
Jesus no Sacramento do amor. Mas, este esquecimento do Prisioneiro
por amor, era uma das preocupações do Fundador das Marias, como ele
mesmo o escreve:
«Vai-se instalando
tanto e tão profundamente na minha alma a persuasão e a compaixão
dessa solidão! Mas, por outro lado, pude ver que o facto de falar
dos Sacrários abandonados é linguagem tão difícil para muitas
orelhas cristãs, que, antes de reconhecê-la dolorosa, é verdade,
porém inegável realidade para eles, muitos destes a negam
categoricamente, temerosamente a limitam, teimosamente a explicam ou
exigem que se deixe de falar e de escrever sobre ela como algo que
escandaliza.»
As confidências de Jesus
despertam na Alexandrina uma certa apreensão e ela não hesita a
perguntar ao Senhor porque assim procede com ela:
«Perguntei a Nosso Senhor porque me falava assim,
sendo eu tão pecadora?»
A resposta de Jesus é simples,
mas de uma clareza extraordinária:
«Respondeu que não só falava com as almas santas,
mas também comunicava com as pecadoras, como eu, para lhes infundir
confiança e que também elas podiam amar Nosso Senhor e ser santas.
Se assim não fizesse, seria motivo para elas desesperarem.»
A preocupação da Alexandrina em
velar pelos Sacrários abandonados é tão grande e tão contínua que a
própria irmã, a Deolinda, se preocupa desta situação. Numa carta
escrita em 27 de Setembro de 1934 ao Padre Mariano Pinho — que
também era seu Director espiritual — ela confessa:
«Sr. Padre
Pinho, se eu pudesse gravar na memória ou escrever o que ela faz,
como ela pede a Nosso Senhor nos Sacrários coisas da cabeça dela,
que por eu muito lhe pedir que me dissesse como fazia os pedidos e
as orações a Nosso Senhor, que tanto tempo levava, sempre o
consegui; mas acabei por chorar ela e eu.»
Como deviam ser comoventes e
cheias de amor estas orações e estes pedidos, para que delas
falando, chorassem as duas!
Nesta mesma data se situa o
primeiro encontro com o Padre Alberto Gomes que se tornará o seu
confessor até à morte, como informa ainda a Deolinda na mesma carta:
«Ontem — portanto 13 de
Setembro de 1934 — recebeu a visita de um Padre… a Alexandrina
confessou-se e ficou contente que já não tem de se confessar ao
nosso para a primeira sexta-feira.»
Mas voltemos aos Sacrários…
Numa outra carta, datada de 27
de Setembro de 1934, ela informa o seu Director das insistências de
Jesus:
«Nosso Senhor não cessa de me
pedir todas as coisas que já lhe tenho dito. Convida-me muito para
os Sacrários: “Anda, minha filha, entristecer-te comigo,
participar de minha prisão de amor, e reparar tanto abandono e
esquecimento; manda dizer ao teu pai espiritual que quero que seja
pregada e propagada a devoção dos sacrários, muito, mas muito; que
quero que acenda nas almas a devoção para com esta prisão de amor”,
e que não ficou Ele lá só por amor dos que o amam, mas sim por
todos; e que em todos os trabalhos o podem consolar.»
E mais adiante, na mesma carta,
ela escreveu ainda, falando agora dos obreiros da vinha do Senhor:
os sacerdotes:
«Disse-me para eu pedir pelos
sacerdotes que eram cultivadores da sua vinha e que deles dependia
ser boa ou fraca a colheita.»
Mas dá-lhe igualmente um outro
conselho, conselho este que poderia ter surpreendido o Padre Mariano
Pinho, se ele não fosse um director espiritual competente e
conhecedor das vias místicas pelas quais o Senhor conduz as almas
por Ele escolhidas para altas e preciosas missões. A Alexandrina, na
mesma carta de 27 de Setembro de 1934, escreveu:
«Nosso Senhor não quer que eu oculte nada a Vª Revª;
diz-me que se eu ocultar, desobedeço a Ele e a Vª Revª.»
Noutra carta, com data de 4 de
Outubro de 1934, Jesus queixa-se do abandono em que é deixado pelas
almas e convida-a:
«Disse-me também: “Minha
filha, não tens pena de mim? Estou sozinho nos sacrários, tão
escarnecido e abandonado e tão ofendido; anda reparar tudo isto.”»
E logo a seguir, na mesma
carta, ela transmite as outras palavras ouvidas da boca do Senhor e
que são como uma triste queixa:
«Disse-me assim o meu bom
Jesus: “Anda, minha querida filha, para os sacrários; estou
sozinho e sou ofendido. Anda consolar-me e desagravar-me, repara
tanto abandono; visitar os presos da cadeia e consolá-los é boa
obra, eu estou preso e preso pelo amor, eu sou o preso dos presos.”»
O querido Padre Abílio Gomes
Coreia — cuja causa está a decorrer em Roma — grande devoto da
Eucaristia e propagador das Marias dos Sacrários-Calvários em
Portugal, escrevia num dos boletins do Mensageiro da Eucaristia:
«Quantas
são as almas que buscam a Deus? São muitas e são poucas. São muitas
porque a todos os momentos as ouvimos dizer que querem amar a Deus.
São poucas porque o não buscam onde Ele está.»
E onde está Jesus? Ele o disse
a tantos Santos e Santas, mas mais particularmente ainda à sua
esposa de Balasar: “estou sozinho nos sacrários” e não só
está sozinho, mas é “muito ofendido”.
“Mas ninguém o mandou lá estar!
Se Ele lá está sozinho é porque quer!”
Dizem isto os descrentes e
aqueles que não acreditam na presença real de Jesus no Santíssimo
Sacramento. Era o que já dizia ou dava a compreender o Fundador da
Obra, quando escreveu:
«E se isto acontece com factos de uma actualidade e de um relevo e
de uma repetição tais que basta os olhos da cara para os ver, que
acontecerá com os factos mais sentidos do que presenciados, mais
adivinhados do que vistos em plena luz, mais propícios ao de menos
do que ao demais?
E isso é o facto do
abandono do Sacrário acompanhado: facto tão verdadeiro, não raro,
como digno de todas as lágrimas de desagravo dos olhos amantes e de
todos os bons corações...»
Toda a alma cristã deve buscar
Deus para o amar e servir, deve adorar Deus para que ele esteja
sempre presente em nós e, nos Sacrários nós podemos buscá-lo, amá-lo
e adorá-lo. Ouçamos a este respeito os bons e sábios conselhos do
Padre Abílio Gomes Correia, no mesmo documento acima citado:
«Buscar a
Deus!... Devíamos busca-lo com todas as forças da nossa alma, com
todas as energias do nosso coração e da nossa vontade, com toda a
vitalidade da nossa inteligência.
Buscar a Deus!... Feliz a
alma que busca Deus. Mas buscar a Deus não se compreende que seja
uma busca superficial. Buscar a Deus é aprofundar os seus mistérios,
a sua doutrina, as suas Divinas Perfeições, os seus atributos, e
depois… Fazermo-nos o que Ele é.
Buscar a
Deus é estudá-lo, compreendê-lo. Buscá-lo para o seguir,
compreendê-lo para o amar. Se a nossa alma estivesse sempre em
comunicação com Deus, estudá-lo-íamos com mais entusiasmo.
Haja vida
de Deus na nossa alma para que a nossa preocupação seja Deus. Que a
nossa preocupação seja Deus para que a vida de Deus movimente a
nossa alma.»
Falando do seu livro sobre o
“Abandono dos Sacrários”, o Santo Bispo espanhol diz, com outras
palavras, mais ou menos, o que acabamos de ler:
«Eu gostaria que este
livro fosse lido lentamente, e com a alma muito cheia da presença
real de Jesus vivo no Sacrário, para dar tempo à cabeça para
descobrir o movimento e que o coração se mova e a graça de Deus
trabalhe e, depois de lido assim, para que medite em oração
afectuosa diante do Sacrário.»
Buscar a Deus em oração
afectuosa diante do Sacrário!
O amor da Alexandrina ao
Santíssimo Sacramente é já tão grande que ela se deixa embalar por
um sonho irrealizável. Na carta acima citada de 4 de Outubro de
1934, ela lança a ideia que, com a irmã Deolinda e a professora
Çãozinha, tinha planeado:
«Se eu pudesse ter aqui em
casa, no meu quarto, ou na sala que era maior, o Santíssimo
Sacramento, mandava-se fazer um altarzinho e um sacrário.»
Na carta escrita pelo Padre
Mariano Pinho a 14 de Novembro de 1934 e que poderia responder à
sugestão da Alexandrina, ele nada diz sobre o assunto, mas aconselha
e lembra a missão da vítima do “Calvário de Balasar”:
«Quer
depois Nosso Senhor de si a contínua união com ele em espírito junto
dos Seus sacrários, procurando imitar a vida de vítima que Ele aí
leva e oferecer-se como tal pelas mesmas intensões que Ele se
oferece. E como é próprio da Hóstia estar muito escondidinha no
sacrário, assim quer Nosso Senhor que esteja muito escondidinha,
salvando desde esse sacrário as almas dos pecadores, sem dar nas
vistas a ninguém, sem que o mundo saiba dos seus sofrimentos: – o
mundo também não sabe que Jesus é uma vítima imolada no sacrário!»
Sábios conselhos !
Numa carta dirigida ao Padre
Pinho a 11 de Outubro de 1934, a Alexandrina repete-lhe as palavras
que ouvira de Jesus :
«“Anda, minha filha, para os
sacrários, estou sozinho lá tão longe, anda prostrar-te diante de
Mim, reparar, reparar! Tenho sede de almas, anda apagar-me a sede,
dá-me almas, muitas almas”.»
Jesus tem sede de almas e a sua
sede só se pode apagar com a salvação das nossas almas…
E nós também temos sede de
Deus? Vamos nós ao poço de Jacob como a Samaritana?
O eucarístico Padre Abílio
Gomes nos explica, indicando-nos um caminho a seguir, traçando-nos
como um “atalho” no meio do nosso deserto espiritual, mas este
“atalho” só pode ser percorrido por aqueles que realmente estão
sedentos de Deus:
«Assim como
todos têm sede de Deus, também todos podem chegar à posse de Deus,
assegurando assim a sua felicidade eterna. Tão universal é a sede de
Deus, como a possibilidade de possuir a Deus, pelo emprego dos meios
eficazes. Quem nos deu o desejo da felicidade, também nos quer dar a
própria felicidade, mas com a condição de a merecermos, pelo
desempenho integral dos nossos deveres. Era o que Jesus Cristo
queria significar, quando chamava:
Se alguém tem sede, venha a
mim, e beba
(Jo. 7, 37). Em todos os estados e condições se vêem muitas pessoas
devoradas de sede, duma sede ardente que as atormenta dia e noite:
aqui, é sede insaciável de possuir bens temporais; acolá, é sede de
gozar muito e sempre; mais além, é sede de subir a grandes alturas,
e depois olhar lá de cima, e ver os outros muito em baixo. Mas em
que se resume tudo isso? Em procurar a felicidade por um caminho
errado, passar uma vida de amargas decepções e cair por fim numa
desventura eterna. Boa era a água do poço de Jacob, e não foi com
ela que a Samaritana saciou a sede da sua alma. Boas são todas as
criaturas que a omnipotência divina fez surgir do nada, mas não é no
gosto delas que se pode encontrar a felicidade. Somos muito grandes,
para constituirmos o nosso último fim em coisas tão pequenas.»
Para podermos saciar a sede
divina e a nossa, temos de ir ao Poço que é Jesus Cristo e com Ele e
n’Ele formarmos um só corpo, uma só alma, um só coração, porque é no
Coração divino que brotam águas que saciam toda a sede, como Jesus
no-lo diz: “Aquele que beber da água que eu lhe der jamais terá
sede” e ainda melhor, “a água que eu lhe der virá a ser nele
fonte de água, que jorrará até a vida eterna” (Jo. 4,14).
Se no Sacrário Jesus diz ter
sede de nós, porque não iremos nós visitá-lo, fazer-lhe companhia,
dizer-lhe o nosso amor e levar-lhe a água das nossas orações?
Se ali vamos, cheios de amor e
humildade, provavelmente saborearemos e sentiremos o calor e a força
do amor divino, como acontecia à Alexandrina, quando em espírito
visitava as prisões de amor de Jesus. Ouçamo-la:
«Principiei a sentir
uma união tão grande e um calor e uma força que se me afigurava que
me apertava tanto e disse-me o meu bom Jesus: “Como nós nos
amamos, que santa união a nossa, e recomendou-me outra vez:
anda minha filha, não esqueças os meus sacrários, eu estou sozinho,
não descanses a pedir-me pelos pecadores”.»
E ainda na mesma carta:
— Anda minha filha, não
esqueças os meus sacrários, eu estou sozinho, não descanses a
pedir-me pelos pecadores.
Os Sacrários são escolas,
escolas não só de meditação mas também e, certamente sobretudo,
escolas de amor. Ouçamos o que diz Jesus à Alexandrina e que ela
escreveu ao seu Paizinho espiritual a 15 Outubro de 1934 :
Anda para a minha escola,
aprende com o teu Jesus a amar o silêncio, a humildade, a obediência
e o abandono. Anda para meus sacrários, estou sozinho, tão ofendido,
tão desprezado e tão pouco visitado; anda prostrar-te diante de
mim, pedir-me perdão pelo teu desânimo e pela tua desconfiança.
E Jesus insiste neste termo de
“escola”…
— Minha filha, minha querida
filha, estou contigo, sou o teu Jesus para quem tu só queres só
viver, e para quem eu só quero que vivas. Aprende com o teu Jesus:
ama-me muito, anda para os meus sacrários, estou sozinho, tão
abandonado, são tantos, tantos os que me ofendem como chuva
miudinha, e tão poucos os que me amam! Anda consolar-me.
(C. 26-10-1934)
— Minha querida filha, eu estou
sempre contigo, como eu te amo! Se soubesses quanto te amo,
morrerias de alegria. Estou a preparar-te para realizar em ti os
meus desígnios. Nunca te esqueças dos meus sacrários, desagrava-me
muito, não me recuses nada, pensa só em mim, vives no mundo mas não
és do mundo. (Idem)
Mais tarde Jesus lhe lembrará :
Tomo à letra tudo quanto Me
dizes e como prova de que é assim mostrei-te em Mim o teu retrato,
junto da Eucaristia. Não Me repetiste há tanto tempo tentas vezes:
eu quero ser a sentinela dos Vossos Sacrários? Aceitei; foi por isso
que te Me fiz ver à portinha como sentinela. (S. 20-09-1947)
… que tanto Ele como ela estão
ali
Presos por amor como Eu estou
preso na Eucaristia, nas prisões de amor. (S. 04-10-1947)
… e que a sua presença ali no
Sacrário, não é uma presença factiva ou imaginária, um símbolo ou
uma crença piedosa…
Minha filha, minha filha, Jesus
está aqui tal e qual como no Céu, tal e qual como na Eucaristia.
Estou aqui, sim, estou aqui para fazer desta sombra um maná
vivificante, um maná que vive para o Céu, para Deus. (S. 16-01-1953)
Eu senti a minha entrada no
Coração Divino de Jesus. Parecia-me um sacrário. Senti também
que Ele amassava o meu coração e o d’Ele na mesma massa. Não era o
meu coração nem o d’Ele. Eram os dois num só. Fiquei mais forte e
confortada. Jesus continuou: “Confia. Tu vives assim sempre,
vives neste tabernáculo divino, como vives na Hóstia, na Eucaristia
comigo. Tu não tens vida, porque a vida que vives é minha.” (S.
20-05-1955)
Felizes momentos, santa união!
Sabe o que eu fiz?
Disse o acto de contrição por duas vezes, pus-me em espírito frente
aos sacrários e dizia: Meu Jesus, misericórdia. Perdão Jesus,
perdão! Estava com o meu crucifixo na mão. Que felizes momentos, que
união tão grande, que força que parecia apertar-me tanto! E era tal
o calor que eu sentia que parecia que me atravessavam labaredas de
fogo.
Como perguntasse um dia a Jesus
o que poderia fazer para lhe mostrar o seu amor, ouviu esta
resposta :
— Anda para os meus
sacrários
consolar-me, reparar. Não descanses em reparar; dá-me o teu corpo
para o crucificar. Preciso de muitas vítimas para sustentar o braço
da minha justiça e tenho tão poucas, anda substituí-las.
(C. 01-11-1934)
E, para termina esta recolha de
elementos sobre a Alexandrina e os Sacrários, este extracto de uma
carta enviada ao seu Director espiritual a 1 de Novembro de 1934:
Nosso Senhor disse-me para eu
fazer um contrato com Ele: eu, ir consolá-lo e amá-lo em todos os
sacrários, e Ele consolar-me-ia de todas as minhas aflições e
necessidades. Eu perguntei a Nosso Senhor: a quem eu vou consolar,
ao meu Criador, ao meu amor, ao Rei do Céu e da terra? E Nosso
Senhor disse-me:
— Que tens tu com isso?
Escolhi-te assim. É debaixo da tua grande miséria e dos teus crimes
que eu escondo a minha grandeza, a minha omnipotência, os raios da
minha glória. Anda para os meus
sacrários, repara no
meu silêncio, na minha humildade e no meu abatimento. Faz que eu
seja amado por todos no meu Sacramento de amor, o maior dos meus
Sacramentos e o maior
milagre da minha sabedoria!
E disse-me para eu dizer a Vª
Revª que queria bem pregada e bem pregada a devoção aos sacrários.
Que não eram só os que não queriam crer na sua existência, no
Santíssimo Sacramento e contra Ele blasfemavam, mas que eram tantos,
tantos os que iam aos templos e lá se demoravam sem o saudar e nem
por um momento pensavam Nele.
“O maior milagre da minha
sabedoria”!
Como é importante esta frase!
Como deveríamos meditá-la continuamente, até a compreendermos bem!
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