Caríssimos
Irmãos e Irmãs
1. Inicia-se
hoje o mês de Julho, que a tradição popular dedica à contemplação do Preciosíssimo
Sangue de Cristo,
imperscrutável mistério de amor e de misericórdia.
Na Liturgia de
hoje, o Apóstolo Paulo afirma na Carta
aos Gálatas que
"foi para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,
1). Esta liberdade tem um preço alto: é a vida, o Sangue do Redentor. Sim!
O Sangue de Cristo é o preço que Deus pagou para libertar a humanidade da
escravidão do pecado e da morte.
O Sangue de
Cristo é a prova evidente do amor do Pai celeste por todos os homens, sem
excluir ninguém.
2. Tudo
isto foi muito bem realçado pelo Beato João XXIII, devoto do Sangue do
Senhor desde a infância, quando em família ouvia falar dele nas Ladainhas especiais.
Quando foi eleito Papa, escreveu uma Carta Apostólica para promover o seu
culto (Inde
a primis,
30 de Junho de 1959),
convidando os fiéis a meditar acerca do valor infinito daquele Sangue, do
qual "uma só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa" (Hino
Adoro Te devote).
Oxalá a
meditação do sacrifício do Senhor, penhor de esperança e paz para o mundo,
sirva de encorajamento e de estímulo para construir a paz também lá onde ela
parece ser quase inatingível.
Hoje, o meu
pensamento dirige-se de maneira especial para o Sri Lanka onde, por ocasião
da festividade de Nossa Senhora de Madhu, a comunidade católica se reúne em
oração naquele célebre Santuário para implorar o tão desejado dom da paz. As
partes envolvidas no trágico conflito étnico, que há quase vinte anos semeia
violências e atrocidades terríveis naquela querida Nação, têm dificuldade em
encontrar o caminho do diálogo e da reconciliação. A solução negociada é o
único caminho para enfrentar as graves questões que estão na base do actual
conflito.
3. Maria,
Mãe d'Aquele que com o seu Sangue redimiu o mundo, abençoe os esforços
perseverantes de todos os que, no Sri Lanka e noutros lugares, promovem um
clima de imparcialidade e de distensão, premissas indispensáveis para a
consecução da concórdia e da paz.
JOÃO PP. II
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