JOÃO, O DISCÍPULO AMADO
Os
grupos de permanência diante dos Sacrários abandonados não é
unicamente composto de “Marias”, mas também de ”Joões”, ou
discípulos de S. João.
É bom
lembrar que S. João, desde que foi escolhido por Jesus como
apóstolo, nunca mais o abandonou, estando aos pés da Cruz quando o
Mestre entregou ao Pai o seu Espírito.

Este
apelo é-nos contado por S. Mateus:
«Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de
Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu,
consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando
no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.» (Mt. 4:21-22)
Mais
adiante, o mesmo evangelista nos mostra que João, filho de Zebedeu
faz parte dos doze escolhidos por Jesus (Mt. 10:2)
E
João nunca mais abandonará o Senhor, mostrando-se sempre atento em
todas as situações, mesmo as mais delicadas. Vamos encontra-lo ao
lado de Jesus durante a Ceia, e é ele mesmo que no-lo diz:
«Um
dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no
seu peito.» (Jo.
13:23)
No dia seguinte, depois da Agonia no Horto onde também estava
presente, ele seguirá Jesus até ao Calvário, provavelmente
acompanhando Maria, a Mãe de Jesus e Maria Madalena, e outras
Marias... Quando Jesus foi crucificado, também e ainda lá estava
João, para receber uma “herança” inestimável:
«Junto
à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria,
a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé
a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o
teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde
aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.»
(Jo. 19:25-27)
S. João
é não somente o “discípulo que Jesus amava”, mas também o
“herdeiro” da maternidade de Maria, quando Jesus diz a sua bendita
Mãe:
«Mulher, eis o teu filho!»
No
evangelho que escreveu, bem mais tarde do que os outros, João
descreve à manhã do dia de Páscoa, da qual ele também foi
testemunha, quando acompanhou Pedro:
«No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu
retirada a pedra que o tapava. Correndo, foi ter com Simão Pedro e
com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: “O Senhor
foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram”.
Pedro saiu com o outro
discípulo e foram ao túmulo. Corriam os dois juntos, mas o outro
discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
5Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho
estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou
também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado
ao ver os panos de linho espalmados no chão, ao passo que o lenço
que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão
juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra
posição. Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado
primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer, pois ainda não tinham
entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos
mortos. A seguir, os discípulos regressaram a casa.»
(Jo. 20:1-10)
Ainda
depois de ressurreição do Senhor, João estará presente a quando da
pesca milagrosa:
«Lançaram-na e, devido à
grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!»
Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque
estava sem mais roupa, e lançou-se à água. Os outros discípulos
vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não
estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.»
(Jo. 21:6-8)
Esta
presença de João continuará uma vez mais, quando Jesus os reuniu e,
levantando os braços, subiu ao Céu, escondendo-se ao olhar de todos.
E, para terminar esta
pequena meditação sobre o Apóstolo que “Jesus amava”, lembremo-nos
do seu gesto cheio de carinho para com Maria:
«E, desde aquela hora, o
discípulo acolheu-a como sua.»
Sejamos como João, que não
só fez companhia a Jesus, mesmo nos piores momentos, mas também
acolheu Maria como sua Mãe. |