Considerado um dos santos mais representativos e queridos da heróica Polônia,
são João Câncio é chamado, pelo povo, de a "glória da nação polonesa" e o "pai
da pátria". Isso num país que sempre teve orgulho de sua
fé
no cristianismo e da fidelidade à cátedra de Pedro.
João Câncio nasceu em 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, e viveu sempre
em sua cidade, Cracóvia. Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em
sua principal universidade até morrer. A grande preocupação de seu magistério
era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e
anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus".
Mesmo depois de ordenar-se sacerdote, continuou a cultivar a ciência, ao mesmo
tempo que fazia seu trabalho pastoral como vigário da paróquia de Olkusz. Homem
de profunda vida interior, jejuava e penitenciava-se semanalmente, ao mesmo
tempo que espalhava o amor pelo próximo entre os estudantes e os pobres da
cidade.
Há um exemplo claro de sua personalidade em sua biografia, que remonta às
inúmeras peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires em Roma, bem como aos
lugares santos da Palestina. Numa dessas incontáveis viagens, foi assaltado. Os
bandidos exigiram que João Câncio lhes desse tudo que tinha, depois perguntaram
ainda se não estava escondendo mais nada. Ele afirmou que não.
Depois que os ladrões partiram, ele se lembrou de que ainda tinha algumas moedas
no forro do manto. Achou-as, correu atrás dos bandidos, deu-lhes as moedas e
ainda pediu desculpa pelo esquecimento.
Anos depois, ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que
possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal de 1473. Foi canonizado por
Clemente II em 1767. São João Câncio era celebrado no dia 20 de outubro, mas
agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte.
Para homenagear o "professor santo", que foi modelo para gerações inteiras de
religiosos, o papa João Paulo II foi à Polônia em 1979. Na ocasião, consagrou
uma capela em memória do padroeiro da Polônia, são João Câncio, na igreja de São
Floriano. Nela, na metade do século XX, o mesmo papa, então um jovem sacerdote,
iniciava o seu serviço de vigário paroquial. |