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S. Jeremias
Profeta
(† por meados do
séc. VI a.c.)

Jeremias, era natural de Anatot, pequena cidade sacerdotal que ficava a hora e meia de caminho para o Norte de Jerusalém. Nasceu pelo ano de 645 antes de Cristo. Seu pai chamava-se Helcias, como ele mesmo nos diz no prólogo da sua profecia. Divergem os críticos sobre quem seja este Helcias; uns querem que seja o sumo sacerdote que eficazmente cooperou com Josias na reforma religiosa de Judá. Esta identificação parece pouco provável, visto esse pontífice ser da família de Eleázar, enquanto os sacerdotes de Anatot pertenciam ao ramo de Itomar. Como quer que seja, Jeremias devia ter ouvido na sua terra natal, tão próxima de Jerusalém, os clamores contra a idolatria e contra as crueldades de Manassés e de seu filho Amós, rei de Judá. Foi educado pelo pai no respeito à lei e na obediência às tradições moisaicas; estudou com particular cuidado as Sagradas Escrituras, os oráculos dos profetas, principalmente Isaías e Miqueias, como se vê dos seus próprios escritos, que reproduzem citações quase textuais. Presenciou os esforços empregados por Josias para restabelecer na sua primitiva pureza a religião moisaica, o que lhe causou profunda impressão e lhe avivou o desejo de contribuir para o ressurgimento do moisaísmo, tão decadente nos seus tempos.

Ainda na juventude, travou estreitas relações com a família de Neerias, filho de Maasias, governador de Jerusalém no seu tempo e cooperador de Helcias e de Safán nas reformas de Josias. Mais tarde, os dois filhos de Neerias, Baruc e Saraías, foram discípulos de Jeremias.

Os seus escritos mostram-nos que era dotado duma acrisolada piedade, duma hu­mildade profunda, muito impressionável, abrasado no amor de Deus e entusiasta pela felicidade da pátria. Piedade e patriotismo; estas duas palavras resumem o seu carácter.

Assistiu às desgraças que profetizara: tomada de Jerusalém e deportação dos Ju­deus para Babilónia (589-587). Não seguiu os compatriotas para o exílio (587-538). Julga-se que se refugiou no Egipto e que lá morreu.

Não era homem para a luta; evitava a ostentação, fugindo de se pôr em evidência; a nota primacial do seu modo de ser era o amor, a dedicação. Lutava chorando; as armas de que se servia nos seus combates eram os queixumes, os mais amoráveis.

A sua vida foi uma profecia viva da paixão e morte de Jesus Cristo. Mas Jeremias não foi somente a figura de Jesus Cristo; profetizou explicitamente o nascimento, paixão e morte na cruz do Messias, e o estabelecimento da Igreja pelos Apóstolos.

Santo Epifânio refere que os fiéis costumavam ir ao seu sepulcro fazer oração, e com o pó que dele recolhiam saravam as mordeduras de áspides.

Cf. Pe. José Leite, SJ.

 

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