Isidoro de Loor
Religioso Passionista
(1881-1916)

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OUTUBRO

Os santos podem parecer todos iguais, porém, ao final, vemos que não existe um igual ao outro. Também Isidoro oferece sua vida ao Senhor em sacrifício e escreve aos seus: “Os deixei para viver somente para o Senhor e trabalhar muito pela salvação de minha alma, a de vocês e a de muitos outros”.

Se lhe pode definir como um “camponês santo”. Nasce em Vrasene (Bélgica) em 8 de Abril de 1881, de uma família de camponeses. É duplamente “afortunado”, primeiro, porque seus pais se distinguem pela piedade, a rectidão moral e uma conduta irrepreensível. Em segundo lugar, porque “a agricultura foi criada pelo Altíssimo” (Ecl. 7,15) e o trabalho dos campos é agradável a Deus. Também no convento dedicará com paixão ao trabalho do campo e escreverá: “trabalhar e plantar na horta me faz maravilhosamente bem”.

É um jovem robusto, activo e social; ajuda à família trabalhando no campo e, no inverno, como operário da empresa de pavimentação das ruas; canta no coro da paróquia e também é catequista. Participa assiduamente da vida da paróquia, se inscreve na “Pia União Da Via Sacra Semanal” e ama meditar a Paixão de Jesus. Por esse tempo vai amadurecendo a ideia de ser religioso. Um sacerdote redentorista o encaminha até os passionistas por causa de seu amor a Jesus Crucificado. Em Abril de 1907, aos 26 anos de idade, entra no noviciado passionista de Ere como irmão religioso.

Sofre muito com a separação de sua família e padece um mal-estar; ele, que fala flamenco, deve falar em francês, a língua oficial no convento. Em 08 de Setembro de 1907, toma o hábito passionista e, um ano depois, em 13 de Setembro de 1908, emite a profissão religiosa.

Está feliz por sua vocação. Escreve a seus pais: “Aqui todos somos iguais, do superior ao menor; todos em uma mesma mesa, em uma mesma oração, em um mesmo repouso, em uma mesma recreação. Todos juntos trabalhamos, segundo a condição de cada um. Damo-nos um serviço recíproco”.

Sua vida não muda muito; habituado, desde sua família, a ser um apóstolo, continua a sê-lo também no convento. “Cumprindo tudo pela glória de Deus – escreve – colaboro na conversão dos pecadores e a difundir a devoção à Paixão de Jesus e as Dores de Maria. Enquanto os sacerdotes vão pregar, nós, os irmãos, trabalhamos para a comunidade; também o trabalho mais insignificante se converte em mérito para Deus e nossa salvação. Não anelo e nem desejo outra coisa que sacrificar-me inteiramente pela salvação das almas”.

Humildade e paciência são suas virtudes. “O trabalho – diz em tom de brincadeira – me faz bem. Assim, quando vem o diabo e me encontra ocupado, se convence que não tem nada que esperar de mim... e não lhe resta mais do que ir embora”.

A sua vida é uma contínua busca da vontade de Deus; a respeito dela estende sua jornada e nela encontra paz e serenidade, em uma contínua acção de graças. Na véspera de fazer seus votos escreve: “Estou para fazer a minha profissão, unicamente para fazer a vontade de Deus”. O chamam “o irmão bom”, o “irmão da vontade de Deus” e “a encarnação da regra passionista”.

Vive uma rígida pobreza e escreve: “Não possuo muitas coisas; apenas tenho um crucifixo, uma navalha de barbear, um apontador e um lápis, porém, não sei como fazer-lhes compreender a grande alegria que me preenche vendo-me livre de tudo, para que meu coração ame senão a Jesus”.

Não lhe falta o sofrimento físico. Em Junho de 1911, por causa de um câncer, lhe é extirpado o olho direito. Suporta tudo com grande força, tanto que o médico que o opera exclama: “Este homem deve ser um santo”. Ele escreve: “Me confessei e na comunhão ofereci a Deus meu olho pela expiação dos meus pecados, pelo bem espiritual e material de vocês e por todas outras, muitas outras intenções. Abandonei-me comodamente à vontade de Deus, sem entristecer-me”.

O mal continua seu curso. Padece câncer no intestino e o médico adverte ao superior as consequências fatais da enfermidade. O superior faz consciente a Isidoro, o qual acolhe a notícia com a habitual serenidade. Padece dolorosas operações. Exclama: “Devemos aceitar nossos sofrimentos em união com Jesus, que é para nós o modelo de abandono à vontade do Pai”.

Os familiares não podiam estar sempre com ele para assisti-lo, porque o impedem os alemães que haviam ocupado a Bélgica. Estamos em plena Primeira Guerra Mundial. Morre no dia 6 de Outubro de 1916, com 35 anos de idade e oito de vida religiosa.

O humilde e silencioso irmão passionista se converterá em uma das figuras mais amadas e populares da Bélgica. São João Paulo II proclamou-o bem-aventurado em 20 de Setembro de 1984.

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