Hermano de Reichenau
Monge, Poeta, Beato
1013-1054

Hermano nasceu a 18 de Julho de 1013 do Conde Wolfrat de Altshausen, provavelmente da família dos Berholdinger. Sua mãe chamava-se Hiltrerd, e era originária da Borgonha e provavelmente aparentada aos Welfen. Não se sabe se o menino nasceu enfermo ou se essa paralisia apareceu depois, durante a sua infância. Sabe-se no entanto que aos sete anos (1021) começou a frequentar a escola, segundo escreve Bucelino, junto dos monges de São Galo dos quais acabou por vestir o hábito.

Foi provavelmente professor em Reichenau e aos trinta anos optou definitivamente por esta Ordem religiosa onde recebeu a ordenação sacerdotal.

Ali trabalhou igualmente sobretudo nos últimos anos nas matérias para as quais tinha sido iniciado pelos seus mestres, o Abade Bernone e os monges Kerung e Burcardo: astronomia, poesia, história, música e liturgia, na qual pode desenvolver o seu talento, ao ponto de ser exaltado como milagre dos séculos e o mais moderno dos músicos, não só porque introduziu uma nova divisão no sistema das notas, mais ainda porque inventou uma nova escrita das próprias notas musicais.

São-lhe atribuídos o Salve Regina, Alma Redemptoris Mater, o Ofício de alguns santos (Gregório, Afra, Wolfgango, etc.) e a Sequência da Cruz e da Páscoa. A mais da liturgia pode-se referir ainda Tratados de música e obras de índole matemática, todas de interesse litúrgico.

As obras poético-didáticas foram compostas sobretudo para fins pastorais, para os monges, assim como para a própria abadia e de outros mosteiros, sobretudo aquela obra que se intitula De octo vitiis principalibus.

Graças ao seu talento e renome, beneficiou da estima de Henrique III e do Papa Leão IX que visitaram Reichenau em 1048 e 1049, respectivamente.

Pensa-se, provavelmente com justa razão, que ele tenha viajado e feito encontros de relevo, outros que aqueles já mencionados, mas disso não existe qualquer documento que o prove formalmente.

Hermano foi o primeiro a compilar e fazer compilar documentos importantes, como os anais monásticos e imperiais, vidas de santos, listas de bispos e outras fontes, para servir as comunidades futuras.

A sua escrita é profunda e precisa, objetiva e imparcial, simples e clara, com a preocupação de mostrar o essencial e num latim elegante.

O seu discípulo Bertoldo, que continuou a Crónica Universal, diz que Frei Hermano era muito paciente, cheio de amor, obediente, puro, sábio, sempre dedicado ao trabalho e à oração, compassivo, bondoso, como um homem que sempre acreditou e se considerou sempre com um pecador até a morte.

Frei Hermano faleceu em 21 de setembro de 1054 em Reichenau de causas naturais.

Foi beatificado e o seu culto confirmado em 1863.

Fontes diversas.

Adaptação: Afonso Rocha