Henrique nasceu em 28 de Abril de 1860. Cinco anos depois sua
família mudou-se para Cremona, Itália. Após concluir seus estudos
primários e secundários, inscreveu-se na Universidade de Pavia, onde
não passou do primeiro ano, porque lá a mentalidade corrente era
fortemente positivista.
Voltando
para a cidadezinha de Como, onde vivia sua família, prestou serviço
militar e formou-se em Contabilidade, sendo diplomado em 1882.
Trabalhou no comércio, mais ou menos, quatro anos, entretanto não
foi bem sucedido, algo lhe atormentava os pensamentos, chegando
mesmo a ter repugnância pelas actividades comerciais. Efectivamente,
depois de três meses longe do comércio, Henrique vai para o Colégio
Lombardo, em Roma, para cursar teologia na Universidade Gregoriana,
onde não fica por muito tempo.
Em
1885, Enrico agrega-se ao clero local. Recebe a tonsura e as Ordens
menores. Um ano depois, repentinamente, aos 26 anos, sofreu sua
primeira crise depressiva, retornando à casa paterna, onde
permaneceu oito meses em silêncio. Durante esta crise, Henrique
aprendeu a confiar mais na infinita bondade e misericórdia de Deus
que em seus próprios méritos, forças e perfeccionismo. Em Como se
tratou e por algum tempo esteve internado num hospital (sanatório).
Após várias recaídas e soerguimentos, o jovem Henrique foi acolhido
na Casa Santa Maria do Paraíso, em Verona, no dia 27 de Setembro de
1877. Quem o recebeu foi o Padre José Sommavilla.
Henrique Rebuschini foi admitido ao Noviciado, no dia 8 de Dezembro
de 1887. Ele estava com 28 anos de idade e três semestres de
teologia na Gregoriana. Foi ordenado padre na Capela da Comunidade
de Mântua, no dia 14 de Abril de 1889. O bispo ordenante foi Dom
Giuseppe Melchiorre Sarto (1835-1914), futuro Pio X, o “Papa da
Eucaristia”, muito simpático aos padres Camilianos.
A
primeira tarefa do padre Rebuschini foi ensinar e ajudar ao Mestre
de Noviços. Função a qual não se adaptou. Então foi destinado ao
serviço pastoral hospitalar, no qual encontrou serenidade e
dedicou-se profundamente. Foi capelão em Verona de 1890 a 1895 e de
1896 a 1899.
No ano
de 1899, o Padre Rebuschini foi transferido para Cremona, no mês de
Maio. Os Camilianos estão nesta cidade desde 1854. Em 1912, Padre
Henrique Rebuschini, foi nomeado Superior da comunidade cremonense.
Como era ecónomo, acumulou mais a responsabilidade da casa. Sofreu
bastante, pois muito próximo eclodia a Primeira Grande Guerra
(1914-1918).
Durante
32 anos, Padre Henrique trabalhou generosa e incansavelmente junto a
seus enfermos. Como obras de caridade, ele organizou o voluntariado
no hospital e visitas em domicílio; foi tesoureiro da clínica e
Superior em várias ocasiões ao longo de doze anos, sem conhecer
maiores problemas.
Durante
a “noite escura” de suas crises depressivas, Padre Henrique via como
única luz o valor do serviço ao enfermo, “até morrer por ele”.
Empenhava-se em sublimar-se no amor de Deus, até o limite de suas
forças:
“Vivo porque é Jesus quem vive em mim, Ele que é a caridade e a luz
junto à aptidão para o serviço destinado não a mim, mas ao próximo,
para a glória do Coração de Jesus, e elevo os olhos apenas para ver
nos enfermos o templo de Jesus: eu, Seu servo e escravo, oro
incessantemente por eles, por quem entrego meu coração, como fazia o
Senhor Jesus. Desejo que todo o meu ser seja consumido para que meus
próximos se unam a Deus, desejo fazer por eles cada uma das minhas
com o máximo fervor possível.”
Padre
Henrique foi um capelão heróico nas suas actividades quotidianas, um
religioso sempre fiel a Deus a aos próximos a ele confiados;
distinguiu-se quando o hospital de São Camilo de Cremona, durante a
I Guerra Mundial, tornou-se hospital militar, acolhendo muitos
jovens soldados feridos que vinham das frentes de batalha.
Padre
Rebuschini cultivava uma vida interior, de oração profunda. Quando
presidia a missa era exímio e zeloso. Ele foi um dos primeiros
padres a valer-se da autorização eclesiástica dada por Pio X, o qual
permitia rezar a missa no quarto dos enfermos.
No
início do mês de Maio de 1938, adoeceu com pneumonia. As forças de
Padre Henrique Rebuschini enfraqueciam-se. Sua partida foi serena.
Recebido o santo Viático, cruzou os braços e ficou absorvido em
oração. Passou o dia e a noite com gradual agravamento. Morreu no
dia 10 de Maio de 1938.
Após um
longo caminho e demora no processo de beatificação, Padre Henrique
Rebuschini foi reconhecido Bem-aventurado no dia 4 de maio de 1997,
na praça São Pedro, por sua Santidade o Papa São João Paulo II.
Fonte:
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