Gregório nasceu na cidade de Valarxabad, na Arménia, por volta do
ano 257. Seu pai matou o rei da Arménia, seu parente, numa
conspiração com o reino da Pérsia, que assumiu o poder. Os soldados
arménios encontraram o assassino do monarca e o executaram com toda
a família, excepto o filho de um ano de idade, Gregório.
O
rei persa assumiu o trono da Arménia, não sem antes matar toda a
família real. Entretanto o príncipe sucessor, Tirídates, e sua irmã,
ainda crianças, conseguiram ser poupados, sendo enviados para Roma,
onde receberam uma educação pagã digna da nobreza da época. O
pequeno monarca recebeu, também, esmerada formação militar,
destacando-se pela valentia.
Ao
mesmo tempo, Gregório foi enviado para a Cesareia da Capadócia, onde
recebeu educação e formação cristã. Aos vinte e dois anos, casou-se
com uma jovem também cristã e teve dois filhos, Vertanes e
Aristakes. Depois de sete anos, o casal, de comum acordo,
interrompeu a vida matrimonial. Ela foi viver retirada num convento,
mas sem vestir o hábito. Ele se ordenou sacerdote e partiu da
Cesareia.
Em 287,
por interesse do Império Romano, que desejava tirar a Arménia do
poder dos persas, Tirídates foi enviado, com soldados romanos, para
retomar o trono que era seu por direito. Curiosamente, nesse
exército estava também Gregório, que era seu colaborador e
conselheiro particular.
Vitorioso, tornou-se Tirídates III, rei da Arménia. Para agradecer a
reconquista, mandou que Gregório fosse, pessoalmente, oferecer
flores e incenso aos deuses no templo pagão. Como se negou a
obedecer à ordem por ser cristão, o rei mandou torturá-lo. Mas a
situação de Gregório ficou muito pior ao ser denunciado como o filho
do assassino do pai do rei. Revoltado, o monarca mandou intensificar
as torturas e depois jogá-lo no fundo da masmorra mais profunda da
Arménia, onde ficou no esquecimento.
Quinze
anos mais tarde, Tirídates III contraiu uma doença contagiosa
incurável e sofria muitas dores. Nessa ocasião, a princesa sua irmã
teve dois sonhos reveladores: neles, uma voz dizia-lhe que a única
pessoa capaz de curar o rei era Gregório. Assustada, mesmo
acreditando que ele já havia morrido, enviou um mensageiro à
masmorra, que o descobriu ainda vivo.
Gregório foi libertado e curou, milagrosamente, o rei da doença
contagiosa, por meio das orações cristãs. Tocado pela fé, Tirídates
III fez-se baptizar, juntamente com toda a sua família, sua Corte e
seu povo. Assim, a Arménia, que fora evangelizada, segundo a
tradição, pelos apóstolos Bartolomeu e Tadeu, tornou-se a primeira
nação oficialmente cristã em 301, por obra de Gregório, o
iluminador, como passou a ser chamado.
Ele se
tornou o bispo da Capadócia e um dos maiores líderes da Igreja
arménia, cuja sede apostólica, a catedral de Etchmiadzin, construiu
em 303. Mandou chamar seus dois filhos para auxiliá-lo. Depois, já
cansado e com a sensação do dever cumprido, foi sucedido, como chefe
supremo dos cristãos, pelo seu filho Aristakes, que morreu antes do
pai. Então, quem assumiu o comando da sede episcopal foi o outro
filho, Vertanes. Dessa maneira, Gregório pôde, enfim, realizar seu
grande sonho, que era o de retirar-se para um lugar solitário e
viver apenas de oração e penitência, até a morte, em 332.
São
Gregório, o iluminador, é venerado não somente como o apóstolo e
padroeiro da Arménia, mas também como evangelizador das igrejas
síria e greco-ortodoxa. Na masmorra onde ficou preso e esquecido,
foi construído o mosteiro de Khor Virap, que significa "poço
profundo", para preservar o local original a quarenta metros de
profundidade.
Fonte:
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