Francisco de Borja e
Aragão, filho de
João de
Borja, 3º Duque de
Gandia, nasceu a 28 de Outubro de 1510 no Ducado de Gandia, Valência
(Espanha).
Infância e juventude
Desde
pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, sua família
porém o enviou à corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria
acompanhando o imperador em suas campanhas e casando-se com uma
nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve
oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e
Doroteia.
Nobre e
considerado “grande de Espanha”, em 1539 escoltou o corpo da
imperatriz Isabel de Portugal à sua tumba em Granada. Se diz que,
quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido
uma bela imperatriz decidiu “nunca mais servir a um senhor que me
possa morrer”. Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha,
província que administrou com grande eficiência. Quando seu pai
morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandia, então se
retirou para a sua terra natal e aí levaria, com sua família, uma
vida entregada puramente à religião.
Vida na Companhia de
Jesus
Em 1546
sua esposa Eleanor morreu e Francisco decidiu entrar na recentemente
fundada Companhia de Jesus. Ajustou as contas com os seus assuntos
mundanos, renunciou aos seus títulos em favor de seu primogénito,
Carlos e, imediatamente, se lhe foi oferecido o título de cardeal.
Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Seus amigos
conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a
natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554,
converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565,
em Superior Geral de toda a Ordem.
Feitos
de sua liderança
A
Congregação Geral II de Jesuítas se curvou evidentemente na eleição
pelo enorme prestígio do outrora Duque de Gandia. O eleito revisou
as regras da Ordem e, por influência das práticas de certos jesuítas
espanhóis, aumentou o tempo dedicado à oração. Se preocupou para que
cada Província tivesse seu noviciado: pessoalmente fundou o
Noviciado de Sant'Andrea al Quirinale,
no qual se formaram S. Estanislau Kostka, o pregador polaco Piotr
Skarga e o futuro Padre Geral Cláudio Aquaviva.
Uma das
tarefas mais delicadas deste governo foi negociar com S. Pio V, o
qual desejava reintroduzir a função litúrgica cantada na Companhia.
De facto, esta medida começou em maio de 1569, mas somente nas casas
professas e sem interferir em outras tarefas. É por isso que todos
os jesuítas deveriam exercer três votos solenes até que o Papa
Gregório XIII restaurou a prática original tal como estava nas
Constituições escritas por Santo Inácio.
Os
Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja
promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Para seu
governo apoiou visitantes. Iniciou-se a remodelação da Igreja de
Jesus, em Roma. O Geral seguiu de muito perto a evolução da
Contra-reforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para
reforçar a causa católica.
Deu
grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele
ao Brasil foi exterminada pelos
protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros
mártires, em 5 de Junho de 1570).
Borja
recebeu missões especiais de Sua Santidade, assim como com Laínez.
De viagem a Portugal e Espanha — apesar de acusações —, foi muito
receptivo. Tomou conta de negócios da Companhia e delicados cargos
diplomáticos nas cortes. A volta à Roma foi difícil; chegou à Cidade
Eterna em situação ruim, mas feliz por ter obedecido até o fim.
Morreu na “Cidade Santa” em 30 de Setembro de 1572.
Foi
beatificado a 23 de Novembro de 1624 pelo Papa Urbano VIII e
canonizado a 20 de Junho de 1670 pelo Papa Clemente X.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/ |