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AS PENAS DO PURGATÓRIO

VIVIDAS PELA ALEXANDRINA

No domingo 31 de Outubro de 1943 –dia de Cristo Rei –, a Alexandrina vive as penas do Purgatório que ela descreveu depois no seu Diário (Sentimentos da alma) do mesmo dia, como vamos ler abaixo.

A pena do Purgatório que vive a alma antes de entrar no Paraíso visa a purifica-la completamente de todas as escórias dos pecados cometidos durante a vida e que por esquecimento involuntário não foram confessados e portanto perdoados.

As almas não sofrem esta pena com amargura, visto que na eternidade estes sentimentos não existem, mas vivem-na certamente com amor, porque estão seguras da eternidade beatífica, quando for o tempo fixado por Deus.

Santa Catarina de Génova bem o explica no seu “Tratado do Purgatório”: «As almas que estão no purgatório, segundo o alcance do meu entendimento, não podem ter nenhuma outra afeição que a de estar neste lugar; e isto acontece por determinação de Deus.»

No mesmo tratado, ela diz ainda que as almas no Purgatório «não podem ter memória própria nem de nenhuma outra coisa, nem do bem e nem do mal, que possa causar-lhes maior aflição do que as que têm. Elas têm, ao contrário, tanto contentamento de achar-se dentro da ordem divina e de que Deus opere nelas como mais lhe agrade e o que mais o agrade, que não podem pensar de si mesmas com maior pena.»

As imagens de chamas purificadoras que nos apresentam os pintores são de certo modo a expressão visual do que acontece realmente no Purgatório, como explica a Alexandrina: “Sentia passar por mim umas labaredas”, mas estas não são como “as labaredas do fogo da terra”, mas “atingiam a maior altura e todo o meu ser ficava embebido nelas”.

Santa Catarina de Génova diz ainda, que as almas, «vendo somente as operações da vontade divina nelas, não podem ver outra coisa que isto, porque é tanta a misericórdia divina para conduzir o homem a si, que não há pena ou bem, então para o homem que possa acontecer como coisa sua», só a vontade divina age nelas e alimenta a esperança da bem-aventurança que as espera.

E, antes de terminar estas explicações sobre as penas do Purgatório, meditemos estas palavras da mesma Santa, tiradas do seu “Tratado do Purgatório”:

«Essas almas estando na caridade, e não podendo desviar-se dela com nenhum defeito actual, não podem crer nem desejar outra coisa senão o puro querer da pura caridade, pois estando no fogo do purgatório estão dentro da ordem divina (o qual é a caridade pura) e não podem desviar-se o mais mínimo que seja em nenhuma outra coisa porque estão igualmente privadas de poder pecar como de poder merecer.

E enfim, como leremos abaixo, esta constatação quase poética da Alexandrina:

«Como a borboleta louca pela chama,
eu estava também louca
e queria de braços abertos
entrar naquele fogo
que atormentava mas não destruía…»

***

Transformação da alma

No dia de Cristo-Rei, senti-me como se morresse o meu corpo e o meu espírito, e acabasse por completo a minha existência no mundo. É indiscritível a dor que isto causou. Mas mais ainda: sentia-me no Purgatório! Que dor, meu Deus, que dor! Há dias que sentia passar por mim umas labaredas julgando eu que era efeito da sede ardente que continuamente sentia, mas enganei-me. Essas labaredas continuaram; não eram as labaredas do fogo da terra. Tinham um brilho encantador. Passavam por mim horas seguidas, atormentando o meu corpo e todos os seus sentidos. Atingiam a maior altura e todo o meu ser ficava embebido nelas. Causavam-me dores indizíveis. Mas, apesar disso, eu sentia necessidade de me mergulhar nelas, para assim me purificar. Como a borboleta louca pela chama, eu estava também louca e queria de braços abertos entrar naquele fogo que atormentava mas não destruía, vivendo só numa ânsia; libertada daqui vou para o meu Jesus. Eu não sabia o significado de todo este sofrimento. Soube sentir e mais nada. Jesus veio explicar-mo. (S. 31-10-1943)

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