Santa Filomena
era filha de pais nobres e foi pretendida pelo Imperador Romano Dioclesiano,
quando ainda muito jovem, para ser sua esposa; por causa de sua beleza. Como
recusasse sua mão, porque havia eleito o próprio
Senhor, o tirano ordenou,
primeiramente, que a colocassem num cárcere e a flagelassem sangrentamente.
Tendo sarado miraculosamente deste suplício, foi ordenado que ela fosse lançada
ao rio Tibre com uma âncora amarrada ao pescoço.
E
como a correnteza a levasse até a margem do rio, mandou Dioclesiano que a
ferissem com flechas. Com o corpo todo ferido pelas flechas, a jovem foi lançada
novamente no cárcere. Entretanto, no dia seguinte, Filomena foi encontrada com o
corpo sadio e sem qualquer marca de ferimento. O cruel tirano ordenou, então,
que a ferissem com flechas em chamas. Estas, porém, voltaram-se contra os
arqueiros, matando a muitos. Por fim, foi a heróica jovem decapitada, por ordem
do Imperador.
Restos mortais
No dia 25 de maio
de 1802, os ossos de uma mulher entre treze e quinze anos foi descoberto no
cemitério de Santa Priscila, nas escavações das catacumbas em Roma. Uma
inscrição próxima do túmulo dizia: “Lumen-pax-te-cum fi”. Pensou-se então que
uma inversão das ditas placas tivesse originado erro e, ao deslocarem a primeira
dessas placas e colocando-a no último lugar, puderam então verificar que assim
se componha melhor a frase e ficava a saber-se o nome da mártir: “pax-te-cum-fi-lumen”,
o quer dizer: “A paz esteja contigo, Filomena”. Foram igualmente encontradas as
inscrições de uma âncora, três flechas e uma palma. Próximo aos ossos foi
descoberto um vaso de vidro com um depósito de sangue ressequido. Por ser
costume dos primeiros mártires deixar símbolos e sinais como estes, foi
facilmente determinado que Santa Filomena havia sido uma virgem mártir.
Veneração
No reinado do Papa
Pio VII, quando foram encontradas essas relíquias, o padre Francisco de Lúcia,
da cidade de Mugnano dele Cardinale (Itália), desejou levar as relíquias de um
santo para sua paróquia e foi à Santa Sé em Roma para solicitá-las.
Quando estava na
Capela do Tesouro (onde ficavam as sagradas relíquias), dentre tantas apenas
três possuíam nomes: um adulto, uma criança e Santa Filomena. Quando se ajoelhou
diante das relíquias de Santa Filomena, sentiu-se possuído de uma alegria
espiritual jamais experimentada. Sentiu também um incontrolável desejo de levar
aquelas Sagradas Relíquias para sua igreja em Mugnano.
Terminada essa
visita, dirigiu-se ao Sr. Bispo de Potenza e ficou sabendo então que precisaria
de uma graça muito especial, ou talvez um milagre. Não havia precedentes de a
Santa Sé haver confiado tão preciosos tesouros à guarda de um simples sacerdote.
E nesse caso seria praticamente impossível, por se tratar das relíquias de uma
virgem mártir cujo nome era conhecido.
Tendo caído
gravemente enfermo, padre Francisco recorreu ao auxílio de Santa Filomena,
prometendo tomá-la como especial Padroeira e levar suas relíquias para Mugnano,
caso obtivesse autorização para tanto. Curado milagrosamente, retornou então à
Santa Sé narrando a graça alcançada e obteve o pedido, levando triunfalmente as
relíquias para a sua paróquia. Assim que lá chegou começaram a acontecer tantos
milagres que ia gente de toda a Itália e Europa a pedir e agradecer graças
alcançadas.
A sua popularidade
logo se espalhou, sendo seus mais memoráveis devotos São João Maria Vianney, o
cura de Ars, na França, Santa Madalena Sofia Barat, religiosa também francesa e
fundadora de congregação religiosa, São Pedro Julião Eymard, presbítero francês,
fundador de duas congregações religiosas, e São Pedro Chanel.
Em 1802 foram
encontrados nas catacumbas os seus restos mortais, que em 1805 foram levados
para Mugnano onde Deus, por maravilhosos sinais, providenciou que fossem
honrados de tal modo que, desde então, Santa Filomena fosse venerada pelo povo
fiel. |