Segundo antiga tradição,
nos tempos do imperador Trajano, em data não muito determinada,
sofreram o martírio Santo Eustáquio, que tinha sido um dos mais
prestigiosos e heróicos generais do Império, sua esposa Santa
Teopista, e os dois filhos do casal, Santos Agapeto e Teopisto.
Foram
todos colocados dentro de uma estátua de metal com forma de touro,
aquecida em brasa.
Santo Eustáquio (ou
Eustácio) é um lendário mártir e santo militar cristão, que
alegadamente terá vivido no final do século I e inícios do século II
da nossa era.
Tal como muitos outros
santos, há poucas provas da existência de Eustáquio; alguns
elementos da sua história estão, de resto, presentes nas vidas de
outros santos (como São Huberto).
Era festejado pela
Igreja Católica no dia 20 de Setembro, mas a Igreja deixou de
observar esta data desde que, em 1969, o Papa Paulo VI removeu do
calendário litúrgico inúmeros santos que careciam de documentação
histórica conveniente.
Vida e obras
Antes da sua conversão
ao cristianismo, Eustáquio era um general romano de nome Plácido (latim:
PLACIDVS) ao serviço do imperador Trajano.
Enquanto caçava nas
proximidades de Roma, Plácido teve uma visão de Jesus entre os anjos.
Acto contínuo, converteu-se, fez-se baptizar a si e à sua família, e
mudou o seu nome para o grego Eustachion (com o significado
de «boa fortuna»).
Uma série de
calamidades abateram-se sobre o recém-convertido e a sua família
para testar a sua fé: foi roubado, a sua esposa raptada pelo capitão
do navio onde seguia e, por fim, ao atravessar um rio, os seus dois
filhos foram levados, um por um lobo, outro por um leão.
Tal como Jó, Eustáquio
lamentou-se, mas não vacilou nem perdeu a fé.
Acabaria por recuperar
o seu prestígio, cargos e reunir a família; porém, quando demonstrou
a sua nova fé ao recusar-se a fazer um sacrifício pagão, o imperador
Adriano condenou Eustáquio, a esposa e os filhos à morte, ordenando
que fossem cozinhados vivos dentro de um touro de bronze, no ano de
118.
Devoção
A história tornou-se
popular graças à Legenda Áurea de Jacopo de Voragine (c.
1260) e Eustáquio tornou-se santo patrono dos caçadores, sendo
também invocado em tempos de adversidade; foi incluído entre os
catorze santos auxiliares.
A ilha de Saint
Eustatius, nas Antilhas Neerlandesas, foi assim chamada em sua
honra.
Santo Eustáquio
chamava-se Plácido e sua esposa Tatiana, antes de se converterem ao
Cristianismo.
Plácido foi um general
que viveu em Roma na época do imperador Trajano (98-117).
Ainda pagão, Plácido
era notavelmente virtuoso e tinha um amor especial para com os
pobres. Vendo sua natureza bem-intencionada, Deus se revelou a ele
como havia feito com São Paulo.
Certo dia, caçando na
floresta, Plácido apanhou um grande cervo e, entre seus chifres viu
uma cruz mais brilhante que o sol na qual se lhe revelou a face de
Cristo.
Ouviu ainda uma voz que
lhe disse:
«Plácido, por que me
persegues? Eu sou o Cristo, a quem, inconscientemente, tens honrado
com tuas boas obras.
Eu vim ao mundo como
homem para salvar a humanidade, e como tal, mostro-me hoje a ti para
acolher-te na rede do meu amor pela humanidade».
Assombrado e
aterrorizado, Plácido caiu de seu cavalo e permaneceu inconsciente
por várias horas.
A veracidade de sua
visão foi indubitável quando Cristo lhe apareceu uma segunda vez e
lhe deu a conhecer que é Deus por natureza, que fez o céu e a terra,
e que por seu amor à humanidade, assumiu como própria a nossa
natureza humana.
Plácido, então,
acreditou do fundo de seu coração, e se fez baptizar juntamente com
sua esposa e filhos, recebendo todos eles novos nomes cristãos.
Os pais passaram a se
chamar Eustáquio e Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto.
Encontrando em
Eustáquio a virtude que provém da fé, o Senhor novamente se mostrou
a ele dizendo-lhe das tribulações que o diabo usou para com Jó, e
que também a ele estas coisas poderiam acontecer, mas, que a divina
graça estaria com ele.
E, um pouco adiante
Eustáquio perdeu todos os seus bens e decidiu então embarcar para o
Egito com sua esposa e filhos.
O capitão do barco,
desavergonhado e licencioso, capturou sua esposa no momento em que
ele desembarcava seus filhos.
Com lágrimas nos olhos
Eustáquio prosseguiu seu caminho e, enquanto atravessava um rio, um
lobo e um leão afugentaram seus filhos, ficando Eustáquio solitário e
arruinado, mas firme em sua fé e com sua esperança voltada no Senhor.
Ele, que já havia sido
um notável membro da nobreza romana, agora perambulava de um lugar a
outro, tendo a mesma paciência de Jó e vivendo de trabalhos
eventuais.
Finalmente estabeleceu-se
num lugar chamado Badissos cuidando de um jardim, não muito longe de
onde seus dois filhos, que haviam sido resgatados por alguns
pastores, cresciam sem saber do pai.
Quinze anos mais tarde,
os bárbaros tinham feito cativa sua esposa Teopista, preparavam-se
para invadir em massa o império; os romanos não encontraram um
general suficientemente hábil que pudesse enfrentar ao ataque.
O Imperador lembrou-se
então das muitas vitórias e do grande valor de Eustáquio, e mandou
que o buscassem.
Quando se apresentou na
corte, mal era possível reconhecê-lo, pois a pobreza e a miséria
haviam deixado suas marcas em seu semblante.
O imperador lhe
restituiu a sua posição e posses, dando-lhe também o comando da
Legião.
E, com a ajuda de Deus,
afastaram para longe os bárbaros.
Durante a campanha
Eustáquio reencontrou a sua esposa e filhos e pode provar que sua
paciência não ficou sem recompensa nesta vida.
Em seu retorno triunfal
a Roma, Adriano, o novo imperador, o encheu de presentes e perguntou-lhe
se, em agradecimento por sua vitória, iria oferecer um sacrifício
aos ídolos.
Eustáquio respondeu que
sua vitória pertencia somente a Cristo e não a poderes imaginários
de falsos deuses.
Esta resposta enfureceu
o tirano e, novamente, todos os seus bens foram confiscados e sua
esposa e filhos foram levados como comida aos leões famintos, mas os
animais não se atreveram a tocá-los, sentando-se, com reverência,
diante deles.
Os santos foram então
jogados num caldeirão cheio de bronze fervente (outras lendas dizem
que foram cozinhados numa estátua de boi de bronze) onde entregaram
suas almas a Deus sem que seus corpos sofressem qualquer alteração.
Isto produziu grande
assombro aos pagãos, e grande alegria aos fiéis que, por estes
sinais reconheceram que a graça de Deus habitava aqueles corpos dos
santos mártires, e neles permaneceu como conforto no sofrimento.
FONTE:
http://santossanctorum.blogspot.pt/2012/09/santo-eustaquio-patrono-dos-cacadores-e.html |