O PEQUENO
MUNDO DA ALEXANDRINA
Emissão - 31
Vou
falar-vos hoje do “pequeno mundo” da Beata Alexandrina. Quando digo
“pequeno mundo”, quero referir-me às pessoas que à volta dela
circulavam enquanto foi viva.
– Maria
Ana da Costa, a mãe;
– Deolinda Maria da Costa, a irmã;
– Joaquim da Costa, tio e padrinho da Alexandrina;
– Maria
da Conceição Proença, a Sãozinha;
– Dr.
Abílio de Carvalho, um dos primeiros médicos da Alexandrina;
– Padre
Leopoldino Mateus, pároco de Balasar;
– Padre
Mariano Pinho, primeiro director espiritual;
– Padre
Humberto Maria Pasquale, segundo director espiritual;
– Manuel Augusto de Azevedo, médico assistente;
– Padre
Alberto Gomes, confessor da Alexandrina.
Padre Humberto Pasquale, Deolinda e
Alexandrina
Ocupa o
primeiro lugar, como é lógico, Maria Ana sua mãe,
trabalhadeira infatigável nos campos, onde ganhava o pão de cada dia
para poder sustentar as duas filhas. Ela depressa foi ultrapassada
pelo que se passava com a filha mais nova: Alexandrina.
Deolinda, dois
anos mais velha do que a irmã, foi certamente a pessoa que mais
contou na vida da doentinha de Balasar, visto ter estado sempre a
seu lado em todas as situações, felizes ou menos felizes. A sua
dedicação à irmã levou-a mesmo a recusar casar-se para a poder
ajudar e ocupar-se dela, quaisquer que fossem as situações, algumas
vezes “bicudas”, como se diz na nossa terra.
Menos
conhecida, a presença do tio Joaquim da Costa que foi
padrinho do baptismo da Alexandrina e que ajudou a família, tanto
quanto lhe foi possível.
Depois
destes familiares a pessoa que mais lidou com as três mulheres foi a
professora Maria da Conceição Proença, mais conhecida como
Sãozinha. Esta boa rapariga, também solteira, visitava quase
quotidianamente a casa do Calvário e tornou-se com o tempo uma das
principais confidentes da Alexandrina e mesmo sua “secretária”,
escrevendo o que esta lhe ditava depois dos êxtases da Paixão. O seu
testemunho a quando do processo informativo diocesano, é uma
maravilha e um hino de louvor à sua querida amiga.
É justo
lembrar aqui o Dr. Abílio de Carvalho que foi um dos
primeiros médicos da Alexandrina, antes se ser Governador Civil de
Angra do Heroísmo e depois presidente da Câmara Municipal da Póvoa
de Varzim.
Devo
falar também aqui do pároco de Balasar, o Padre Leopoldino Mateus
que ao chegar à paróquia foi de grande conforto para a “Doentinha de
Balasar”, levando-lhe a comunhão todos os dias.
Vem a
seguir o Jesuíta, Padre Mariano Pinho, director espiritual
das três raparigas e que dirigiu de mão de mestre a Alexandrina,
encorajando-a a sempre aceitar com amor e humildade tudo quanto
Jesus lhe pedisse. Por causa de falsos boatos levantados par falsas
beatas, foi proibido de se ocupar da “Doentinha de Balasar” e foi
mesmo exilado para o Brasil, onde faleceu santamente.
Com a
partida deste chegou a Balasar o Padre Salesiano italiano,
Humberto Maria Pasquale que ocupou por algum tempo o lugar
deixado vago pela partida do Padre Mariano Pinho. Mas ele também foi
obrigado a deixar a Alexandrina e voltar para a Itália.
Um
personagem de grande importância que ocupou um lugar de destaque na
vida da Beata foi o médico Manuel Augusto Dias de Azevedo.
Não só se tornou seu médico assistente, mas também seu conselheiro
nos momentos em que não tinha director espiritual.
Homem
de grande cultura — tinha obtido o seu diploma em teologia no
Seminário de Braga — e católico fervoroso, ocupou-se em demonstrar
que o que se passava com a sua doente, não era ilusão nem impostura,
mas sim obra de Deus.
Para
isso fê-la internar num hospital do Porto, para que o director
deste, o Dr. Gomes de Araújo, desse do caso o seu parecer de perito.
O resultado é conhecido de todos e sabemos que o depoimento dele foi
um dos mais importantes documentos para a beatificação da
Alexandrina, a mais do milagre também conhecido.
Um
outro sacerdote teve lugar de relevo na vida da Alexandrina: o
Padre Alberto Gomes. Este, a pedido do Padre Mariano Pinho
tornou-se co confessor “oficial”, se assim posso dizer, da
“Doentinha de Balasar”, que o estimava muito.
Este
santo sacerdote, fundador duma Comunidade religiosa, vinha de longe,
mesmo por tempo de chuva, até Balasar para confessar a Alexandrina.
Esta tinha por ele um grande carinho, confessando que ele “sabia
muito bem perdoar os pecados”, se pecados eram o que ela confessava!
Aqui
fica para vós, caros auditores, uma ideia do que era o “pequeno
mundo” da Beata Alexandrina.
Que ela
vos acompanhe sempre e vos proteja.
Afonso
Rocha |