SITE DOS AMIGOS DA ALEXANDRINA - SITE DES AMIS D'ALEXANDRINA - ALEXANDRINA'S FRIENDS SITE

       

Morte Mística

Emissão - 13

Hoje vou falar-vos dum facto importante que aconteceu na vida da Beata Alexandrina: a sua morte mística.

A morte mística é um mistério pelo qual passaram muitos santos, ao longo da história da Igreja. Posso citar, entre outros o santo Padre Pio, santa Teresa de Ávila, santa Gema Galgani e alguns mais que seria longo enumerar.

Esta morte parece-se em tudo — ou quase — à morte natural, salvo que aquela ou aquele que a “sofre”, permanece vivo logo após este acontecimento particular. Em regra geral, ficam tristes por não terem permanecido nos braços do Senhor definitivamente: foi o que aconteceu com a Alexandrina.

Vejamos como se passou esta morte que não sendo morte natural leva a alma até ao Coração de Deus.

Aconteceu no dia 7 de Junho de 1936, festa da SS. Trindade. Mas deixemos que ela mesma no-lo conte:

– Em 1935, Nosso Senhor preveniu-me de que iria morrer antes da festa da Santíssima Trindade de 1936. Como não conhecia outra morte, pensava que era deixar este mundo e partir para a eternidade. Nesse tempo, tudo eram mimos, consolações e alegrias espirituais. À medida que se ia aproximando o dia da Santíssima Trindade, aumentava a minha alegria e contentamento. Ia passar no Céu a festa dos meus tão queridos Amores, como lhes chamava: Pai, Filho e Espírito Santo.

Para a Alexandrina, morrer era uma alegria, porque a sua meta era o Céu e para isso se preparou cuidadosamente:

— Os males do corpo iam aumentando e tudo dava sinal da minha partida. Dois dias antes, Nosso Senhor disse-me que morreria das 3h às 3,5 da manhã e que mandasse vir o meu Pai espiritual. Assim o fiz. Ele chegou ao cair da tarde e passou a noite junto de mim. Preparei-me para morrer. Sua Reverência fez comigo um acto de inteira resignação e conformidade com a vontade de Deus. Pedi perdão à minha família…

E, como se isso não chegasse e porque se sentia verdadeiramente pronta para comparecer diante do seu divino Esposo, ela cantava, cantava a Maria, sua tão amada Mãezinha:

Feliz, oh, feliz
Se eu tal conseguia,
Morrer a cantar
O nome de Maria!

Feliz quem mil vezes,
Na longa agonia,
Com amor repete
O nome de Maria.

Tudo se passava como se realmente fosse morrer:

A aflição ia aumentando, à hora marcada por Nosso Senhor, não sei o que senti, deixando de ouvir o que se passava à volta de mim. O meu Pai espiritual e a minha família rezaram o ofício da agonia, acenderam uma vela benzida, meteram-ma nas mãos, mas eu já não dei por isso, e assim estive algum tempo.

E, o que parecia impossível àqueles que assistiam a esta cena comovedora aconteceu: a Alexandrina começou a despertar daquele sono de morte e a respirar novamente.

Julgavam-me já quase morta e choravam por mim. Nessa altura, já ouvi os choros dos meus; principiei a respirar e, pouco a pouco, reanimei-me, mas, ainda debaixo do mesmo estado, pensei: Estais a chorar e eu sempre morro. Estava sempre a ver quando aparecia na presença de Nosso Senhor. Não tinha pena por deixar o mundo e os meus queridos. Quando via que ia melhorar e que não se cumpriam as palavras de Jesus, caiu sobe mim uma tristeza que não se pode calcular e um peso esmagador.

Por razões independentes da sua vontade, o Padre Mariano Pinho teve de partir, deixando a pobre Alexandrina entrega a este dilema que ela desconhecia: a morte mística.

A sua tristeza era grande, pois pensava ter-se enganado e enganado aqueles que a socorriam.

Mas o Padre Mariano Pinho, não podendo vir visitá-la, pediu a um colega que viesse explicar à sua dirigida o que se tinha passado e o significado desta morte que a Alexandrina ignorava por completo.

Afonso Rocha

PARA QUALQUER SUGESTÃO OU INFORMAÇÃO