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ARTIGOS SOBRE A ALEXANDRINA

 
 
 
 

dois carismas da alexandrina

 
 

Levitação e fogo ardente

Fazem parte dos numerosos carismas da Alexandrina Maria da Costa, estes dois que vamos tratar sucintamente: a levitação e o fogo ardente, porque apareceram nela quase ao mesmo tempo.

A levitação é, segundo a definição do dicionário, “a acção de levantar-se um corpo, só por influxo do fluido humano, sem nada o suster”. Outro diz ainda, mais justamente que “é um fenómeno pelo qual alguém se poderia elevar no espaço como se estivesse livre da lei da gravidade.

A primeira referência e, a mais importante prova deste fenómeno na Alexandrina encontra-se na sua Autobiografia, logo após o “Hino aos Sacrários”. Ela ali escreveu:

“Nestas ocasiões em que fazia estes oferecimentos a Nosso Senhor — O Hino aos Sacrários —, sentia-me subir, sem saber como”. Ela levitava, simplesmente, mas como ela ignorava este fenómeno místico do qual beneficiaram outros santos, não procurou saber mais, pensando que isso seria coisa normal, quando se orava a Deus.

A Deolinda, sua irmã, testemunha deste fenómeno, explicou ao Padre Humberto Pasqual: — “A Alexandrina era levantada da cama como uma pena, ficando suspensa”.

Mas naquelas mesmas ocasiões, sentia nela, como ela o explica, “um calor abrasador que parecia queimar-me. Como não compreendia a causa deste calor, ponha-me a observar se estava a transpirar, porque me parecia impossível, sendo dias de grandes frios”.

Sobre este fogo que parecia queimá-la, a simplicidade e a inocência da Alexandrina levou-a a confiar-se a sua irmã e à Sãozinha.

Ao padre Humberto Pasquale, a Deolinda contou o seguinte:

“Um dia a Alexandrina perguntou-me a mim e à Sãozinha se não nos sentíamos queimar durante a oração. Tendo-lhe nós respondido que não, e julgando tal calor um efeito da doença, pediu que lhe colocássemos no peito panos embebidos de água fresca. Mas verificou que eram inúteis e retirou-os.”

A professora Sãozinha mais duma vez contou a mesma coisa.

Este fenómeno do “fogo” continuará anos, como podemos ler no seu Diário de 18 de Dezembro de 1944.

“Um fogo por vezes insuportável abrasa o meu coração, vem-me à boca, parece queimar-me os lábios. De nada vale a água com que os refresco por algum tempo para depois deitar fora — está já em jejum há mais de dois anos. É fogo, fogo, sempre fogo.”

Quando este “fogo” a atingia, a Alexandrina “sentia-se apertada interiormente, o que a deixava muito cansada”. Neste abraço interior, o Padre Humberto entrevê o começo do desposório espiritual.

Que dizer sobre este carisma tão particular?

Santa Teresa de Ávila que várias vezes fala neste fogo abrasador, escreveu, no livro da “Vida”, capítulo 15-4: “É na alma que começa a atear-se o grande fogo que lança de si as chamas, como direi em seu lugar, do grandíssimo amor de Deus que Sua Majestade faz arder nas almas perfeitas”.

No capítulo 32-2 do mesmo Livro, a Santa Doutora da Igreja, explica a sua experiência pessoal: “Senti um grande fogo na alma que eu não chego a entender como poder dizer de que maneira é”.

Na “História de uma alma”, a jovem Doutora da Igreja, Santa Teresinha do Menino Jesus escreveu, explicando o estado da sua alma:

“A fim de que o Amor seja plenamente satisfeito é preciso que se abaixe, que se abaixe até o nada e que transforme esse nada em fogo...”

A grande Santa Teresa, no livro da “Vida”, escreve também: “Espantava-me depois, como, em vindo este fogo de verdadeiro amor de Deus, que dir-se-ia vir do alto (…) parece que consome o homem velho nas suas faltas, tibiezas e miséria” (Cap. 39-4).

Foi também nestas ocasiões em que ela sentia “este fogo que parecia queimá-la” que outro fenómeno se manifestou — fenómeno este que se chama locução interior — e que ela explica assim: “Não tenho a certeza, mas deveria ser numa dessas ocasiões que eu senti esta exigência de Nosso Senhor: SOFRER, AMAR e REPARAR”.

Para terminar esta pequena exposição sobre estes dois carismas da Alexandrina, direi com Santa Teresinha do Menino Jesus: “Sinto que quanto mais o fogo do amor abrasar meu coração, mais repetirei: ‘Atraí-me’”.

Afonso Rocha

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