Bercário nasceu no seio de uma família ilustre da Aquitânia (França)
e veio ao mundo em 636.
São
Nivardo, arcebispo de Reims (França), encarregou-se da sua educação
e fê-lo instruir nas letras e na
piedade
pour insignes porofessores. A educação que Bercário recebeu
inspirou-lhe o desprezo do mundo e das glórias mundanas. Por isso,
quando lhe foi possível, retirou-se para a abadia de Luxeuil, então
governada por São Valberto.
A sua
humildade e fidelidade a preencher os seus deveres quotiadanos,
fizeram que rapidamente se distinguisse dos outros religiosos do
mesmo convento.
Tendo
voltado para Reims, pediu ao se protector, São Nivardo lhe
permitisse fundar um convento num lugar retirado, no meio da
floresta que então circundava a cidade e as regiões vizinhas.
Bercário escolheu um dos pontos mais altos e começou a construcção
do mosteiro de Hautvillers — que mais tarde viria a ser célèbre por
nele ter vivido, Dom Pérignon, o frade que
“inventou” o vinho de Champagne — e, acompahado de mais alguns
frades, desde que os trabalhos de construção o permitiram, para ali
veio viver na solidão. Os companheiros escolheram-no para primeiro
Abade do novo mosteiro, o que Bercário aceitou com muita
dificuldade.
Dom
Pérignon, monge de Hautvillers, "inventor" do vinho "Champanhe". |
Animado
do zêlo pela glória de Deus, ele fundou ainda dois outros mosteiros
na floresta de Der, na diocese de Châlons-sur-Marne, um chamado
Montier-en-Der, para homens e outro em Pellemoutier, para donzelas.
Trouxe
de Roma e de Jerusalém, onde foram em peregrinação, diversas
relíquias de Santos para as igrejas dos mosteiros por ele fundados.
Ao mosteiro de Montier-en-Der, onde estabeleceu residência, duou
terras que recebera da sua família, mas acabou por ser vítima do seu
zêlo pela salvação das almas.
Com
efeito, o monge Dauguin, indignado por causa de uma reflexão
justificada que lhe fizera Bercário, veio de noite na sua cela e
apunhalou-o. O culpado tendo-lhe sido apresentado para que recebesse
a devida punição pelo seu acto, apenas ouvio o seu abade pedir-lhe
que fizesse penitência e que procurasse fazer uma peregrinação a
Roma. Daguin saiu do convento e nunca mais lá voltou.
O Santo
viveu ainda dois dias, antes de entregar a Deus a sua bela alma:
Bercário morreu no dia 27 de Março de 696.
A sua
santidade foi rapidamnte confirmada por numerosos milagres, e a
Igreja sempre o considerou como um mártir da caridade e da justiça.
Os seus
restos mortais, depois de diversas transladações, foram trazidos
para Montier-en-Der, onde foram devotamente conservados até ao
momento da Revolução francesa.
Fonte :
Alban Butler : Vida dos Padres, Mártires e outros principais
Santos… – Tradução : Afonso Rocha. |