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BEATA
ALEXANDRINA MARIA DA COSTA
13 de Outubro |
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Leitura do Livro do
Prefeta Joel (Jl 1,13-15; 2,1-2)
Ponde as vestes e
chorai, sacerdotes, gemei, ministros do altar. Entrai no templo, deitai-vos em
sacos, ministros de Deus; a casa de vosso Deus está vazia de oblações e
libações. Prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia, congregai os
anciãos e toda a gente do povo na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao
Senhor: “Ai de nós neste dia! O dia do Senhor está às portas, está chegando com
a força devastadora da tempestade.
Tocai trombeta em
Sião, gritai alerta em meu santo monte; tremam os habitantes da terra, pois está
chegando o dia do Senhor, ele está às portas. É um dia de escuridão fechada, dia
de nuvens e remoinhos; como aurora espraiada nos montes, assim é um povo
numeroso e forte, tal como jamais se viu algum outro nem jamais se verá, até os
anos de gerações futuras”. |
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Salmo (9)
O Senhor há-de julgar o mundo inteiro com justiça.
Senhor, de coração vos
darei graças,
as vossas maravilhas cantarei!
Em vós exultarei de alegria,
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo!
Repreendestes as nações, e os maus
perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
Mas Deus sentou-se para sempre no seu
trono,
preparou o tribunal do julgamento;
julgará o mundo inteiro com justiça,
e as nações há de julgar com equidade. |
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Evangelho de Jesus Cristo
segundo S. Lucas (Lc 11,15-26)
Naquele tempo, Jesus estava expulsando
um demónio. Mas alguns disseram: "É por Belzebu, o príncipe dos demónios, que
ele expulsa os demónios". Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu.
Mas, conhecendo seus pensamentos,
Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá
uma casa por cima da outra. Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo,
como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso
os demónios. Se é por meio de Belzebu que eu expulso demónios, vossos filhos os
expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é
pelo dedo de Deus que eu expulso os demónios, então chegou para vós o Reino de
Deus.
Quando um homem
forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. Mas, quando
chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual
ele confiava, e reparte o que roubou. Quem não está comigo está contra mim. E
quem não recolhe comigo dispersa. Quando o espírito mau sai de um homem, fica
vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz:
‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. Quando ele chega, encontra a casa
varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores
do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição
pior do que antes”. |
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“Grava-me como um selo no teu
coração”
Esta frase que
se pode ler no
Cântico dos Cânticos aplica-se maravilhosamente bem à Beata Alexandrina
que, bem nova ainda se consagrou a Deus e a Ele se ofereceu para ser
vítima pelos pecadores, porque o seu amor era “forte como a morte”.
Por isso mesmo, também ela poderia dizer desse amor, que “os seus
ardores são setas de fogo, chamas do Senhor”.
Na sua
autobiografia, podemos ler o que ela escreveu sobre esta acto heróico:
“Sem saber
como, ofereci-me a Nosso Senhor como vítima, e vinha, desde há muito
tempo, a pedir o amor ao sofrimento. Nosso Senhor concedeu-me tanto,
tanto esta graça que hoje não trocaria a dor por tudo quanto há no
mundo. Com este amor à dor, toda me consolava em oferecer a Jesus todos
os meus sofrimentos. A consolação de Jesus e a salvação das almas era o
que mais me preocupava”.
Mais adiante,
na mesma Autobiografia, a Beata escreveu ainda:
“Meu Jesus,
quero amar-Vos, quero abrasar-me toda nas chamas do Vosso amor e
pedir-Vos pelos pecadores e pelas almas do Purgatório”.
Antes mesmo de
ouvir aquelas três palavras que foram o lema de toda a sua vida – amar,
sofrer, reparar –, já ela toda se entregava, já ela toda era oferta, já
toda ela era amor e, “amor forte como a morte”! Eis porque razão
ela “não trocaria a dor por tudo quanto há no mundo”, porque este
sofrer era amor, “amor que arde sem se ver, ferida que dói e não se
sente”, amor que nem “as águas
torrenciais podem apagar”,
amor que “nem os rios o podem submergir”.
Este amor
brotava do coração da Beata Alexandrina e transformava-se em cântico
mavioso, o cântico da esposa ao Amado, que num crescendo subtil e
poético transbordava de alegria:
“Ó Jesus,
eu Vos ofereço o dia e a noite, o calor e o frio, o vento, a neve, a
lua, o luar, o sol, a escuridão, as estrelas do firmamento, o meu
dormir, o meu sonhar, como actos de amor para os vossos Sacrários”.
“Sentada aos pés de Jesus, [ela]
ouvia a sua palavra”,
diz-nos o Evangelho de hoje referindo-se a Maria Madalena.
O mesmo se poderia dizer da
Alexandrina, cujo único prazer era ouvir a voz do Senhor, a voz do
Esposo celeste que tantas e tantas vezes a visitou, por isso mesmo se
pode pensar e deduzir que a Beata Alexandrina “escolheu a melhor
parte, que não lhe será tirada”, porque ela sabia que “uma só
coisa é necessária”: amar e que este amor se declinava para ela em
amar, sofre, reparar. Amem.
Afonso Rocha |
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