Nascido a 16 de Abril de 1826 e ordenado em 1850, o Padre António
Chevrier foi logo nomeado coadjutor da
paróquia
de Santo André de la Guillotière, bairro industrial e operário da
cidade de Lyon, França. Três coisas aí o marcaram e fizeram sofrer
muito: a “miséria e ignorância” das pessoas, agravada pelas
“inundações catastróficas” do Ródano em fins de Maio de 1856;
o “distanciamento do clero” em relação às mesmas; a sensação
nítida de que a pastoral utilizada pela Igreja local não servia.
“Um pouco menos de devoção e um pouco mais de fé”, dizia.
Alguns meses depois, deu-se um acontecimento, que ele apelida de
místico-apostólico. Conta ele: “Foi meditando durante a noite de
Natal de 1856 sobre a pobreza de Nosso Senhor e sobre a Sua descida
para o meio dos Homens que resolvi deixar tudo e viver o mais
pobremente possível… Foi o mistério da Encarnação que me converteu!…
Então decidi-me a seguir Nosso Senhor Jesus Cristo mais de perto. E
o meu desejo é que vós próprios sigais de perto Nosso Senhor”.
António Chevrier estava convicto de que a “formação de sacerdotes e
catequistas, consagrados à evangelização dos pobres, era a grande
necessidade da sua época e da Igreja”. E para isso, só sacerdotes
pobres estariam em condições de fazê-lo: “Sacerdotes despojados
(Presépio), crucificados (Calvário) e dados em alimento
(Eucaristia)”.
Um Princípio Fundamental: conhecer Jesus Cristo é tudo!
António Chevrier foi o fundador da Associação dos Padres do Prado
(Instituto Secular) que desenvolve uma espiritualidade de padre
diocesano, tendo como pilares fundamentais:
O Estudo do Evangelho
Estudar Jesus Cristo tal como se nos revela nas Escrituras. “Nenhum
estudo deve ser preferido àquele, porque só este conhecimento nos
pode fazer padres”.
A releitura da nossa vida à luz do Evangelho
Para conduzir o povo de Deus segundo o Espírito de Deus, é-nos
necessário conhecer a vontade de Deus. Procurar decifrar os sinais
dos tempos na vida de hoje como lugar onde se manifestam a vontade e
a acção de Deus. Pelo olhar contemplativo sobre a vida das pessoas,
deixar o Espírito formar em nós Jesus Cristo na própria acção
pastoral.
A Vida de Equipa, a Vida fraterna
Acolher com alegria os companheiros a quem o Espírito comunica a
mesma atracção.
A vida de equipa tem por fim estimular-nos a viver a nossa vocação
na pobreza, na simplicidade e na alegria, oferecer-nos um lugar de
discernimento, de conversão, de renovação na nossa ligação a Jesus
Cristo e no nosso desejo missionário ao serviço dos pobres.
A vida de equipa não tira nada à nossa pertença ao presbitério da
nossa diocese, que é o nosso primeiro espaço de fraternidade.
O Padre Chevrier, guia neste caminho
Os da sua vida, seus escritos são, para nós, um lugar privilegiado.
Por ele nos veio este apelo. Ele não é apenas um entre tantos, para
o Prado. É um “guia incomparável para os padres e mesmo para os
leigos cristãos” segundo a expressão de João Paulo II, por
ocasião da beatificação do Padre Chevrier.
António Chevrier foi beatificado por João Paulo II, em Lyon, no dia
4 de Outubro de 1986. Nessa ocasião, o Papa deixou aos pradosianos
quatro grandes orientações:
• “Ide ao encontro dos pobres para fazer deles verdadeiros
discípulos de Jesus Cristo”;
• “Que o vosso sinal distintivo seja sempre a simplicidade e a
pobreza”;
• “Falai de Jesus Cristo com a mesma intensidade de fé como o Padre
Chevrier”;
• “Apoiai-vos sempre em Jesus Cristo e na Igreja”.
A sua Festa celebra-se a 2 de Outubro, dia aniversário da sua morte.
FONTE:
http://fraternidadesaogilberto.blogspot.fr/2013/10/beato-antonio-chevrier-sacerdote-e.html |