A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS
«Jesus tomou consigo
Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto
monte. Transfigurou-se diante deles: o seu rosto resplandeceu como o
Sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.»
(Mt. 17:1-2)
Este mistério da transfiguração de Jesus é para as Marias e
discípulos de S. João, uma fonte de ensinamentos. O Evangelista diz
que «Jesus
tomou consigo Pedro, Tiago
e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte.»
(Mt. 17:1)
Jesus
escolheu portanto – por razões que só Ele conhece – três dos seus
discípulos e levou-os com Ele “a um alto monte”, o que pode
ser compreendido como a elevação espiritual da alma, como o ensinam
todos os doutores em ascética e mística, particularmente S. João da
Cruz, quando nos convida a subir o Monte Carmelo.
Depois,
como se quisesse mostrar-lhes a sua essência divina, Ele
“transfigurou-se diante deles”,
o que quer dizer que tomou uma forma diferente da habitual, como é
explicado a seguir: “o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as
suas vestes tornaram-se brancas como a luz”.
Lembremos aqui que quando
Nossa Senhora apareceu aos Pastorinhos em Fátima, toda Ela era luz,
toda Ela era transparência divina, como o afirmaram as crianças.
Esta visão beatífica leva
S. Pedro a uma proposta engraçada, uma proposta que cada um de nós
deveria fazer ou afirmar ao Senhor quando o adoramos diante do
Sacrário: «Senhor, é bom estarmos aqui!»
São Pedro diz ainda – e é
aqui que está o engraçado da sua proposta – «se quiseres, farei
aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.»
(Mt. 17:4) Ao falar assim, ele mostra estar tão emocionado pelo que
vê que não pensa nele nem nos outros dois discípulos que o
acompanhavam.
Sejamos
como S. Pedro e digamos também como ele:
«Senhor, é bom estarmos
aqui!» Não nos
preocupemos com nada mais senão em adorar Jesus em espírito e em
verdade, a oferecermo-nos a Ele completamente “por aqueles que
não adoram, não esperam e não amam”; para que ouçamos também a
voz do Eterno Pai dizer-nos: «Este é o meu Filho muito amado, no
qual pus todo o meu agrado. Escutai-o.» (Mt. 17:5).
Afonso Rocha |